Análise: virada épica da Ponte faz até o mais desiludido lembrar por que se apaixonou pelo futebol

Há jogos que marcam uma campanha; outros que transcendem o tempo. São esses os responsáveis por alimentar a paixão do torcedor.

O que aconteceu no Estádio Moisés Lucarelli na noite de 17 de janeiro de 2023 vai além da caminhada da Ponte Preta na Série A2 do Paulista. Diz muito também sobre a história alvinegra.

A virada épica sobre o São Caetano, com gols aos 47 e aos 60 minutos do segundo tempo para vencer por 2 a 1 e manter o aproveitamento de 100%, teve a "cara da Ponte".

Não é só porque foi com emoção: mas também foi com raça, dedicação, superação, entrega, no coração e na alma - traços que acompanham a instituição ao longo dos 122 anos de existência. E tinha de ser no palco construído pelas mãos de antigos pontepretanos.

Um esforço coletivo que começou antes mesmo de a bola rolar. Caiu o mundo em chuva nas horas que antederam o duelo - marcado para as 20h. O gramado ficou repleto de poças d´água. Parecia, naquele momento, ser impraticável jogar futebol ali.

Entraram em ação, então, funcionários que passaram incessantemente o rodo nas regiões mais prejudicadas para amenizar a situação. Ainda estava longe do ideal, mas já era algo mais parecido com um campo.

Diante do cenário, os times precisaram se adaptar ao estilo de jogo. A Ponte teve o domínio das ações, parou duas vezes em grandes defesas de Arthur, mas caiu na "armadilha" do São Caetano.

Uma falha de Guilherme Souza e uma recomposição lenta permitiram que os visitantes saíssem na frente no primeiro tempo.

A leitura da comissão técnica no intervalo de que era preciso mais força que velocidade num gramado pesado fez a Ponte voltar com uma mudança para o segundo tempo, com o estreante Jeferson (Jeh) no lugar de Dudu.

Lance do primeiro tempo do duelo entre Ponte e São Caetano — Foto: Karen Fontes/PontePress 1 de 2 Lance do primeiro tempo do duelo entre Ponte e São Caetano — Foto: Karen Fontes/PontePress

Lance do primeiro tempo do duelo entre Ponte e São Caetano — Foto: Karen Fontes/PontePress

A Macaca foi para cima, explorando os lados para buscar cruzamentos. Já o São Caetano se fechava. Parecia mais um jogo de ataque contra defesa. Logo aos seis minutos, Jeferson deu o primeiro sinal que a presença de área seria a estratégia correta para a partida e obrigou Arthur a fazer um milagre.

O goleiro do São Caetano ainda evitaria o empate outras duas vezes - além de ver uma finalização de Elvis passar perto da trave e outras tantas chegadas perigosas da Macaca pararem na zaga ou irem para fora.

O tempo ia passando. Hélio dos Anjos seguia buscando opções: colocou Eliel, Weverton, Cássio Gabriel e Jean Carlos também. A Ponte não desistia - nem a torcida. Quando a situação parecia resolvida, o tom da arquibancada subiu e encheu o time ainda mais de esperança.

A persistência foi premiada, com uma reação liderada por dois jogadores que saíram do banco: Jean Carlos descolou um cruzamento na medida para Jeferson (Jeh) empatar aos 47 minutos, desviando na segunda trave.

A Macaca ainda teve um pênalti marcado, mas depois anulado aos 50, em decisão polêmica da arbitragem. Sem VAR, Thiago Duarte Peixoto diz que mudou de ideia após o auxiliar avisá-lo que não houve toque no braço do defensor do São Caetano dentro da área.

Jeferson fez os dois gols da Ponte contra o São Caetano — Foto: Karen Fontes/PontePress 2 de 2 Jeferson fez os dois gols da Ponte contra o São Caetano — Foto: Karen Fontes/PontePress

Jeferson fez os dois gols da Ponte contra o São Caetano — Foto: Karen Fontes/PontePress

Mas nem a frustração e o tempo parado pela confusão esfriaram o ímpeto alvinegro. Em nova jogada pela esquerda, Jean Carlos acertou outro cruzamento perfeito, Jeferson subiu de cabeça e mandou para as redes, aos 60 minutos - um acréscimo, que fique registrado, até além do que a paralisação pelo pênalti anulado. Para completar os requintes dramáticos, a bola ainda tocou na zaga antes de encobrir Arthur.

Dois gols de um estreante que estava na segunda divisão estadual até o passado, com perfil lutador que a torcida cobra de quem veste a camisa, e já proporcionou uma noite inesquecível aos alvinegros. Os quase 3,8 mil que enfrentaram chuva talvez nunca esqueçam a sensação que tomou conta do Majestoso naquele momento.

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A virada épica - desta vez com muito mais sofrimento do que na estreia, contra o Velo Clube - foi para lembrar a Ponte da própria essência. E também para até o mais desiludido do torcedor se lembrar por que se apaixonou pelo futebol.

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