Central se recupera após risco de infarto e fará estreia pelo Sesc-Flamengo

Fernanda Isis demorou a entender aquelas dores abdominais. Pensou, no início, que fosse uma simples distensão. Tomou remédios, mas nada de melhorar. Ao procurar um hospital, descobriu uma apendicite. Mas não só. A tomografia também identificou uma bactéria instalada em seu coração. Foi a senha para tudo mudar. Hoje, três meses depois, a central de 39 anos, enfim, está recuperada e pronta para finalmente fazer sua estreia no Sesc-Flamengo.

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O caminho até poder entrar em quadra, porém, não foi fácil. Fê Isis ficou 12 dias internada para tratar da bactéria. Depois, foram mais 90 dias sem poder fazer absolutamente nada. Nada mesmo.

Fê Isis em ação no treino do Sesc-Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo 1 de 3 Fê Isis em ação no treino do Sesc-Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Fê Isis em ação no treino do Sesc-Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

- Essa foi a pior fase. Foram 12 dias no hospital. Depois, fiquei exatamente 90 dias sem fazer absolutamente nada. E quando falo nada, é nada. Não podia subir escada, caminhar, pegar peso, ficar muito tempo em pé. Tive restrições alimentares. Fiquei tomando três tipos de remédio, duas vezes por dia. Eram seis doses por dia. Repouso absoluto – relata a jogadora.

O repouso tinha motivo. A bactéria no coração causou uma miocardite. Àquela altura, Fê Isis poderia sofrer um infarto fulminante a qualquer momento. Ativa no dia a dia, a jogadora se viu obrigada a parar. Não tinha outra saída.

Fê Isis durante período internada — Foto: Arquivo pessoal 2 de 3 Fê Isis durante período internada — Foto: Arquivo pessoal

Fê Isis durante período internada — Foto: Arquivo pessoal

- Era a única forma de eu conseguir sanar a miocardite, porque ela poderia me causar um infarto fulminante. Havia uma lesão no coração, mas eles não podiam me colocar em coma. Era repouso absoluto para permitir a cicatrização.

Fê Isis voltou às atividades físicas no dia 18 de novembro. Passou por um período de adaptação e se juntou ao grupo pouco antes da virada do ano, há cerca de três semanas. Apesar da perda de força, não demorou a reencontrar a melhor forma física. Contra o Praia Clube, será relacionada pela primeira vez na Superliga por uma necessidade imediata.

Juju, outra central do time, torceu o pé no metrô e virou desfalque. O time só teria outras duas jogadoras da posição à disposição – Valquíria e Juciely. Assim, Fê Isis acelerou o processo de volta, mas sem riscos.

Fê Isis em treino na academia — Foto: Arquivo pessoal 3 de 3 Fê Isis em treino na academia — Foto: Arquivo pessoal

Fê Isis em treino na academia — Foto: Arquivo pessoal

- Os exames comprovaram que a cicatriz no coração está 100% curada. Parei de tomar remédio e agora é vida normal. Estou super confiante. Acho que o mais importante neste momento é eu conseguir treinar para dar um padrão alto para o time titular, ajudar as meninas a fazerem o que elas têm de fazer para alcançarmos as vitórias - disse.

Acompanhar o time sem poder entrar em quadra não foi simples. O Sesc-Flamengo tem tido uma campanha instável, ainda em busca de um melhor padrão. Em sétimo lugar na Superliga, encara o Praia Clube, invicto até aqui e na liderança da competição.

- Eu ficava apreensiva. Dizem que de fora é muito mais fácil, porque você consegue enxergar o jogo de uma forma mais ampla, por não estar no olho do furacão. Mas, para mim, era muito triste, pois eu não podia estar lá nem ao menos para ajudar com alguma informação dentro de quadra.

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