Chucky, segredo argentino, uniformes e o reflexo de Willy

“Quem trouxe esse boneco pra cá? Ele dá azar”. Foi o que disse Chiqui Tapia, presidente da AFA, em 2023, quando encontrou - entre santinhos e virgens - um Chucky ao qual lhe faltava um braço e uma perna.

Chucky — Foto: Argentinos Juniors 1 de 1 Chucky — Foto: Argentinos Juniors

Chucky — Foto: Argentinos Juniors

A seleção argentina se preparava para a disputa da Copa América no Brasil. A bolha sanitária estava em vigor e toda a delegação cumpria isolamento no centro de treinamentos. Tapia, provavelmente sem ter muito mais o que fazer para além de pensar nos 28 anos de jejum de conquistas da seleção principal, passeava pelos corredores e salas. Foi a primeira vez que ele viu o bonequinho do brinquedo assassino.

“Chefe, esse boneco dá boa sorte. Chucky é o apelido do meu filho e foi ele quem me deu para ser a minha companhia em qualquer lugar”, respondeu Juan Cruz, chefe dos roupeiros da seleção.

Diante de semelhante barganha sentimental, Tapia não podia fazer muito mais do que vista grossa. Tentou fingir que o bonequinho não estava lá, que Chucky não era parte nas caixas com uniformes e equipamentos que viajaram ao Brasil. Tentou não pensar que ele estava nos vestiários durante todos os jogos. Desviava o olhar quando os jogadores desciam após as vitórias e também agradeciam a ele.

Mas depois do Maracanã, da vitória na final contra o Brasil, Tapia não conseguiria mais fechar os olhos. Era evidente que Chucky trazia boa sorte e Tapia, agora campeão, precisava cumprir uma promessa: “Se formos campeões, vamos tatuá-lo”. Hoje o presidente da AFA tem um boneco assassino na coxa da sua perna esquerda.

Como não faltavam mais argumentos da boa relação entre o boneco e a seleção, Chucky viajou também ao Catar. O final da história é conhecidíssimo e os registros para posteridade contam sobre um bonequinho colocado no centro dos festejos, ainda no vestiário, entre champagnes e a própria Copa do Mundo.

“Acabei comprando um que dorme comigo todas as noites”, encerrou a explicação o próprio Chiqui Tapia ao canal AFA Plus.

Esta semana os argentinos celebraram um mês desde que a loucura foi legalmente oficializada e institucionalmente aceita. E Chucky, é claro, foi parte das lembranças. O Argentinos Juniors, que anunciou Facundo “CHucky” Ferreyra, dias antes da apresentação e ainda num clima de mistério sobre qual seria o reforço anunciado, prestou sua reverência:

Quando cinco milhões de pessoas saem às ruas para receber a seleção campeã mundial, fica evidente que o efeito da conquista ainda vai demorar muito para passar (como casal de pais de primeira viagem que comemora todo “mesversário”).

Tapia bem tranquilo, bem de boa, na hora de escolher o vídeo que publicaria para relembrar o título:

Messi, que atualmente sorri até quando bate com o dedinho na mesa de centro, postou um vídeo editado com imagens da Copa:

Mas o que chamou atenção foi a música escolhida para o vídeo, ou a versão dela. ', da cantora argentina Soledad, ficou marcada na memória coletiva argentina na vez em que ela cantou ao lado de Diego Maradona. Foi em 2006, num show em que Sole festejava dez anos de carreira.

E aí, como o argentino adora encontrar significados ocultos em sinais do passado (como se tudo fosse sempre um grande “This is Us”), tudo tem a ver com tudo.

A seleção peruana está de roupa nova. Ela é absolutamente simples e por isso mesmo rigorosamente perfeita. O que comprova a tese de que não é tão difícil acertar no desenho.

E isso é exatamente o que deve estar pensando o torcedor do Colo Colo nesses dias louco…

E o que será que deve estar pensando o torcedor do Junior Barranquilla (que um dia festejou um título que não foi por causa de uma trolagem digital)?

Foram mais de 40 mil gargantas para o estádio receber Juanfe Quintero no dia de sua apresentação. Toda aquela expectativa criada, o Willy por lá também, e na hora de marcar o “primeiro gol”... o grito explode na trave.

Agora… todo mundo fala do pênalti perdido, mas ninguém dá os devidos méritos ao golpe de visto do Willy (melhor mascote possível).

Do gol que se espera, mas nunca chega, ao gol que ninguém espera e chega num treinamento. Ainda bem que tem gente que se dedica a gravar o treinamento de pré-temporada do Curicó Unido:

Para ir arredondando este resumão, segunda-feira tem o primeiro - e único - clássico uruguaio de verão. É sempre um bom momento para repassarmos que se pode levar mate, térmica e radinho de pilha no futebol :

E também para alfinetar o rival de todas horas:

Mais em @leo_lepri

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