Abel diz não entender ansiedade por reforços no Palmeiras, mas afirma: "Quero jogadores prontos"
O Palmeiras empatou em 0 a 0 com o São Paulo neste domingo, no Allianz Parque, pela terceira rodada do Campeonato Paulista. Após a partida, os 40 mil torcedores presentes vaiaram o resultado (também a arbitragem) e cantaram músicas criticando a presidente Leila Pereira e sua diretoria.
Abel Ferreira, em entrevista coletiva após o jogo, falou mais uma vez sobre a política de investimento do clube. Mas ressaltou a necessidade de "jogadores prontos e que façam a diferença" e não mais apostas, como vinha sendo a prioridade da diretoria desde o ano passado.
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– Eu acho que já demos provas que seguiremos o nosso caminho, com trovão e chuva. Estamos conseguindo endireitar o clube em todos os aspectos. Clube está se esforçando para trazer jogadores. Não quero usar erros do passado. Quero jogadores prontos, que façam a diferença, não para formar. Para formar eu tenho a base e jogam os moleques – disse o treinador.
O treinador continuou sua resposta pedindo calma aos torcedores palmeirenses e usando exemplos de times vencedores da Europa.
– Que fiquem calmos e tranquilos. Não consigo entender ansiedade fora. Veem clubes como Liverpool. Não ganhou nada ano passado com os mesmos jogadores e treinadores. Não vamos ganhar sempre. Gostamos de filé mignon, mas também precisamos comer coxinha de frango. Seguir um bom caminho para não cometer erros do passado. Precisamos ser criteriosos. Não precisa entrar ninguém. Só se sair. Um ou dois jogadores, não mais do que isso. Não pode ser plano C. O plano C demanda tempo que futebol não tem. Futebol é resultado. Formar e potencializar para usar a base. Aqui é render – disse o português.
1 de 2 Abel Ferreira na partida do Palmeiras com o São Paulo, pela 3ª rodada do Paulistão — Foto: Cesar Greco/PalmeirasAbel Ferreira na partida do Palmeiras com o São Paulo, pela 3ª rodada do Paulistão — Foto: Cesar Greco/Palmeiras
Mas Abel também deixou claro que as contratações não dependem apenas do aval do treinador, mas sim de toda uma estrutura do clube, que vai do scout até a presidente.
– Não precisa ser o técnico a dar o aval. Não contratamos para o treinador. Contratamos para o clube. Tem o aval da presidente, do diretor e do scout. Tem o aval de todo mundo. Se é para trazer com potencial, vamos dar chance a base. Quero pronto. Os que quiserem vir e o clube possa contratar. Clube está trabalhando.
A disputa da Supercopa contra o Flamengo, no próximo sábado, também foi assunto para o treinador palmeirense
– A Supercopa era domingo e agora foi para sábado porque é um horário nobre. O clube sabia quando iria ser e mandou... Nosso clube não reclama publicamente, não sei se isso é bom ou ruim. Não pode ser. Treinador treina, jogador joga e direção precisa dirigir. Dirigir é se posicionar. Não pode ser só mandar e-mail. Pedimos que esse jogo e o próximo com intervalo de três dias. A resposta foi não porque o horário nobre é domingo às 16h. Então, por que a Supercopa não é domingo às 16h? Preciso que me expliquem qual é o horário nobre. Marquem a que horas marcar, sei que vão ver o jogo. Antes da novela, depois da novela, meia-noite... Televisão precisa entender isso. Quem gosta de futebol, vai ver a qualquer hora. Temos que ser coerentes. Não é ser resmungão, é ser exigente
2 de 2 Palmeiras x São Paulo, Abel Ferreira — Foto: Marcos RibolliPalmeiras x São Paulo, Abel Ferreira — Foto: Marcos Ribolli
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O treinador também analisou quais foram os erros do seu time para o placar não sair do zero. Para o técnico português, a ansiedade em definir as jogadas foi fundamental para o Palmeiras não conseguir marcar.
– Tivemos vários erros não forçados. Fomos muito precipitados. Quando estamos organizados da linha da bola, em processo ofensivo, precisamos ter mais paciência. Não dá para ir na mesma velocidade. Ataque posicional precisa trabalhar melhor a bola, tocar atrás, e estava muito calor. Foi um dos problemas nossos, sobretudo no primeiro tempo. Queríamos forçar logo – disse.
Abel também elogiou como Rogério Ceni monta seus times, obrigando, segundo o treinador palmeirense, seu time a ser melhor.
– Não sei qual avaliação fazem dos clubes. Me ponho a pensar. São Paulo foi finalista conosco do Paulista, finalista da Sul-Americana, no Brasileirão não esteve bem, mas para mim fez excelente trabalho. Organizado e bem treinado. Gosto de como Ceni monta e bloqueia os rivais. Nos obriga a ser melhores. Foi um jogo muito disputado – completou.
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