Opinião: o Santos parece regredir e vive como um barco à deriva

Quando dois dos melhores jogadores do time deixam o campo discutindo e até trocando xingamentos com os torcedores, a impressão que fica é de que está tudo errado. E, no Santos, parece mesmo que está tudo errado.

Na última quarta-feira, o Peixe empatou na Vila Belmiro em 0 a 0 com o Água Santa, que tinha levado sete gols em três jogos no Campeonato Paulista. Pior do que não conseguir vencer é não conseguir ao menos dar trabalho ao adversário, claramente mais fraco – e foi isso o que aconteceu em três dos quatro jogos do Santos na temporada.

Desta vez, a torcida perdeu a paciência, e a reação do elenco escancara uma relação desgastada. Ângelo, de apenas 18 anos, uma das promessas do clube para os próximos anos, observado de perto por gigantes europeus, deixou o gramado trocando xingamentos com torcedores; Soteldo, camisa 10, ídolo para muitos, saiu de campo discutindo com santistas nas arquibancadas.

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Nos últimos dois anos, o Santos brigou para não cair no Campeonato Paulista e passou sufoco no Campeonato Brasileiro – mais em 2023 do que em 2022. Em 2023, o Peixe parece regredir. E, sim, é só a quarta rodada do Campeonato Paulista, mas é preciso ser crítico com um time que pouco mudou do ano passado para este.

O que mudou muito nas últimas temporadas, mas parece não surtir mais efeito, são os treinadores. Ariel Holan, Fernando Diniz, Fábio Carille, Fabián Bustos, Marcelo Fernandes, Lisca, Orlando Ribeiro e Odair Hellmann. Estes são os oito técnicos contratados pela gestão do presidente Andres Rueda, desde 2023. A cada mudança, parece que o Santos tem menos fôlego para reagir.

É, talvez, um dos poucos casos no mundo em que um time não consegue evoluir. Nada parece ser capaz de fazer este elenco do Santos atingir o máximo do seu potencial – ou ao menos chegar perto disso.

O Peixe precisa de reforços. Isso é inegável. Precisa de zagueiros, laterais e meias. Mas tem outro ponto que também é inegável: o Santos, time de Série A do Campeonato Brasileiro, jogando com quase todos os seus titulares, não pode ser dominado durante 45 minutos por uma equipe que sofreu sete gols em três jogos no Campeonato Paulista e sequer joga o Brasileirão – o Água Santa não disputa nenhuma das quatro divisões do principal torneio nacional.

Não é uma questão de menosprezar o adversário ou diminuir quem está do outro lado. São fatos. Os jogadores, os dirigentes e a comissão técnica do Santos precisam parar por dois minutos para pensar no que está acontecendo, porque o time não dá nenhum sinal de evolução. Muito pelo contrário.

A esta altura da temporada, é impossível cobrar a plenitude física, tática e técnica de qualquer time que só disputou quatro jogos. E nem é isso o que a torcida espera. Os torcedores esperam evolução gradual, entrosamento, recurso tático, atuações minimamente razoáveis. O que tem sido visto é justamente o contrário.

Contra o Água Santa, a equipe apresentou erros que, acredito, nem precisaríamos elencar, mas vamos lá: pouca construção pelo meio, quase ninguém (além de Marcos Leonardo) pisa na área para criar superioridade em relação à zaga adversária, os volantes têm extrema dificuldade para sair jogando...

O parágrafo acima poderia ser de 2023, 2022 ou 2023. Nada mudou. O Santos, nas últimas temporadas, teve poucos momentos em que parecia um time. A cada mudança de treinador, os lapsos de boa fase duram menos. Com Odair Hellmann, ela ainda não chegou – mas ele está longe de ser o maior culpado por isso.

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