Presidente do Atlético-MG explica pontos da dívida e reforça SAF como caminho: "Não há outro"

O Atlético-MG consegue arrecadar dinheiro suficiente para manter suas obrigações recorrentes. Ainda que lide com atraso salarial dos jogadores - só o 13º está em aberto -, o que corrói os cofres do clube são as dívidas onerosas, com bancos, processos trabalhistas e cíveis. O endividamento global do Galo, que está na casa de 1,5 bilhão, é o maior do país. E apenas a SAF é capaz de lidar, de acordo com Sérgio Coelho, presidente do clube.

Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG 1 de 3 Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG

Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG

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- Não há outro caminho. Não tem como lidar com isso de outra forma (...) as receitas do Atlético são capazes de pagar o custo operacional, do futebol, etc. Só que o Atlético precisa pagar os juros e o capital das dívidas (onerosas) - disse Sérgio Coelho em entrevista ao 💥️ge. Ele completou:

- Então vamos pensar: se eu tenho que pagar e não tenho o dinheiro, o que preciso fazer? Buscar dinheiro no mercado. E o Atlético tem como pegar (empréstimos bancários)? Tem, de uma maneira: se o Rubens e o Ricardo avalizarem.

O Galo tem R$ 540 milhões de empréstimos bancários nos quais os dois membros dos 4 R's são os avalistas. Além disso, são R$ 210 milhões emprestados diretamente por Rubens Menin ao Galo (contratos de mútuos), e outros R$ 150 milhões que o clube precisa pagar a Ricardo Guimarães, sendo que pouco mais da metade (R$ 85 milhões) deste valor está com pagamentos previstos via acordo realizado em junho de 2023, envolvendo as receitas do patrocínio máster da camisa.

A entrevista completa com o mandatário alvinegro será publicada nesta sexta-feira. Ele falou sobre a venda do Diamond Mall (há 24,95% disponíveis), a inauguração da Arena MRV, a Liga Forte Futebol, e o processo de despedida do Mineirão: "Daqui pouco tempo, seremos apenas visitantes lá".

Além disso, o presidente respondeu sobre o processo da SAF. O Galo já assinou proposta não vinculante com um investidor e irá formalizar a proposta vinculante para ser apresentada ao Conselho entre fevereiro e março.

Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG 2 de 3 Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG

Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG

💥️Queria falar de SAF. Por que ela virou o único caminho possível para o Atlético?

- Simples, pelo endividamento do Atlético. Não há outro caminho. Não tem como lidar com isso de outra forma. Quando eu fui ser candidato (no fim de 2023), em reuniões que fiz antes, a informação é que iríamos fechar 2023 com dívida na casa de R$ 800 milhões. Foram as informações recebidas, e era realmente isso. Mas quando o balanço foi fechado, a dívida foi para R$ 1,3 bilhão. O clube instalou o SAP (software alemão de controle de gastos), e ele foi descobrindo dívidas, e contratos passados, que foram aparecendo. Quando isso entrou no balanço, a dívida foi atualizada para esse valor. São compromissos sérios, com Fifa, com dívida trabalhista, problemas perigosos. Passamos dois anos administrando essas dívidas. As receitas do Atlético são capazes de pagar o custo operacional, do futebol, etc. Hoje, com o time de futebol que temos, caso o Atlético não tivesse nenhuma dívida, ele não precisaria virar SAF, só em caso de querer crescer mais ainda. Mas veja só: temos receitas que pagam o futebol, o administrativo, tudo. Temos receita para isso. Só que o Atlético precisa pagar os juros e o capital das dívidas. Então vamos pensar: se eu tenho que pagar e não tenho o dinheiro, o que preciso fazer? Buscar dinheiro no mercado. E o Atlético tem como pegar (empréstimos)? Tem, de uma maneira: se o Rubens e o Ricardo avalizarem.

Sede administrativa do Atlético, no bairro Lourdes — Foto: Fred Ribeiro 3 de 3 Sede administrativa do Atlético, no bairro Lourdes — Foto: Fred Ribeiro

Sede administrativa do Atlético, no bairro Lourdes — Foto: Fred Ribeiro

💥️O Atlético não teria crédito suficiente para solicitar empréstimos bancários?

- Quem emprestaria ao Atlético, se não tivesse essas pessoas por trás? É o mercado que opera assim. Não é só com o Atlético, é com qualquer clube e empresa, pessoa física. Ou você tem capacidade e prova para o banco, ou então o banco vai falar: 'Se você me der uma garantia imobiliária ou aval...' Caso contrário, não tem negócio. Em dois anos, o que fizemos? Trocamos essas dívidas perigosas, comprometedoras, que poderia inviabilizar o clube, por dívidas bancárias. Pagamos quantos de Fifa? Cento e tantos milhões. Isso inviabiliza o clube, simples desse jeito. E vejo algumas pessoas da imprensa soltando relação de quanto o Atlético deve de banco. Eu respeito a matéria, o jornalista, mas a matéria eu não vejo com bons olhos. A pessoa coloca aquilo ali e não explica.

💥️O que incomoda o senhor seria a falta de contextualização?

- Aquilo que está ali, parece que estamos pegando aquele dinheiro para fazer farra com ele. Tem que contextualizar. O Atlético passou a dever banco por isso e isso. Não vamos esconder nada, é transparente. Nosso balanço hoje é auditado por uma "big five", a BDO. É a quinta maior empresa de auditoria do mundo. Devemos banco? Devemos! São R$ 540 milhões avalizado pelo Rubens (Menin) e pelo Ricardo (Guimarães). Temos aqui R$ 210 milhões emprestados pelo Rubens, sem cobrar juros (contratos de mútuos), que não correção. Devemos o Ricardo Guimarães R$ 150 milhões.

💥️Sobre a dívida do Ricardo Guimarães, foi feito um acordo, com deságio, e o espaço do patrocínio máster da camisa envolvido.

- Foi feito um acordo. Tem uma parte que já era acordo feito, e vamos pagar um valor razoável por mês. Esse outro, fizemos acordo, mas a contabilidade não aceita como pagamento da dívida. Nós passamos os valores do patrocínio máster para o Ricardo, e vamos abatendo a dívida.

💥️O patrocínio máster do Atlético, da Betano, os valores são recebidos e repassados ao Ricardo, correto?

- A gente recebe e paga o Ricardo. É um contrato bem feito. Era uma dívida de R$ 240 milhões, mas, no meio do caminho, houve acordo que não cumpriu, virou R$ 247 milhões, mas fechamos em pagar R$ 85 milhões. Esses valores estão dentro dos R$ 150 milhões que falei, que são outras dívidas. O total hoje é R$ 150 milhões, sendo pagos por meio desse acordo envolvendo o patrocínio master (de R$ 85 milhões), e uma outra parte que está fora do acordo, que envolve dívidas antigas.

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