Diretor do Cruzeiro detalha situação com o Mineirão e parceria para jogos no Independência
O Cruzeiro vive, neste começo do ano, uma nova era dos locais de jogos. Sem entrar em acordo com a administração do Mineirão, assinou contrato de parceria com o América-MG para mandar jogos no Independência em 2023. Em entrevista à Globo, o diretor de operações da SAF do Cruzeiro, Enrico Ambrogini, detalhou situações que envolvem o acordo e também a ruptura parcial com o Mineirão.
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Primeiramente, Enrico Ambrogini comentou sobre os motivos que fizeram o Cruzeiro levar os jogos para o Independência e romper, até o momento, uma possibilidade de acordo com a gestão do Mineirão. Ele revelou que a proposta ao América-MG foi a mesma feita à Minas Arena.
- A decisão de levar os jogos para o Independência é, exclusivamente, por não termos chegado a um acordo com a Minas Arena. A gente não escondeu que a nossa vontade era jogar no Mineirão. Gostaríamos de continuar ali. Mas não houve acordo financeiro. Um pouco além de financeiro. Não houve acordo de gestão, que o dia de jogo do Cruzeiro seria nosso (gestão). Infelizmente, não teve como continuar. Quem nos recebeu de forma aberta e inclusiva foi o América. A proposta que fizemos ao América é exatamente igual a que fizemos à Minas Arena. Então, o América entendeu que era uma proposta vantajosa financeiramente. E a Minas Arena, não.
1 de 3 Ronaldo e Enrico Ambrogini em ato inaugural da reforma da Toca, CT do Cruzeiro — Foto: Divulgação/CruzeiroRonaldo e Enrico Ambrogini em ato inaugural da reforma da Toca, CT do Cruzeiro — Foto: Divulgação/Cruzeiro
O acordo entre os clubes tem cláusulas de confidencialidade. Mas é o Cruzeiro que opera 100% das atividades em seus jogos e cede um percentual ao América-MG.
- Dentro do nosso acordo, temos cláusula de confidencialidade. Mas é basicamente ser gestor do nosso jogo. A responsabilidade é toda do Cruzeiro. Quando falo de responsabilidade, não é só coisa boa, não. Quando tiver problema, sou o órgão máximo para atuar neste dia de jogo. E é uma certeza que não tinha com a Minas Arena. Como a Minas Arena já tinha todos os fornecedores contratados, no dia a dia, eles respeitavam mais o gestor da Minas Arena do que o Cruzeiro, que é o responsável pela partida. Ficava até sem atuação num dia de jogo lá. E no Independência, a gente tem garantido – detalhou Ambrogini.
Com o Mineirão, em 2023, o Cruzeiro ter participação nas receitas de estacionamento, bar, dentre outras operações comerciais no dia do jogo. Não houve acordo com a Minas Arena, o que criou um impasse nos bastidores e que envolveu a entrada do Governo de Minas no tema.
- Hoje, em percentual, o Cruzeiro consegue ter uma margem melhor (de lucro) do que joga no Mineirão. Quando a gente fala em volume, logicamente é diferente, pela capacidade dos dois estádios. Mas isso sabíamos que não seria o ponto principal de decisão contratual. Já estava calculado dentro do orçamento. Mas, em termos de margem, conseguimos, sim, calcular uma boa margem para o clube – afirmou o diretor do Cruzeiro, que contou que o diálogo com o Mineirão, mas ainda sem apresentação de uma nova proposta.
2 de 3 Ronaldo em jogo do Cruzeiro no Independência — Foto: Gustavo AleixoRonaldo em jogo do Cruzeiro no Independência — Foto: Gustavo Aleixo
- É uma tratativa cordial, não é nada formal. Então, do mesmo jeito que a gente fala com eles, eles falam com nós. Ainda há conversa, mas não tem nada formal, proposta, nada disso.
Segundo Ambrogini, o desejo da gestão de Ronaldo Fenômeno não era retirar a “fatia” de ganhos da Minas Arena, mas ampliá-la, assim como seria do Cruzeiro. Ele explicou como seria.
- É bom deixar claro que não queríamos tirar nada na Minas Arena. Na nossa proposta, a gente garantiu que eles teriam o mínimo do retorno financeiro do ano passado. Se eles recebessem algo menor do previsto na nossa proposta, a gente completaria. Então, era para deixá-los confortáveis que não ganhariam menos dinheiro com o Cruzeiro. Muito pelo contrário. O Cruzeiro, tendo a gestão do dia de jogo, a gente levantaria mais receita, teria mais receita para a Minas Arena e todo mundo ganharia. A proposta não foi tirar dinheiro de um lado e colocar em outro. O América entendeu isso. Estamos caminhando para um lugar interessante.
3 de 3 Cruzeiro; Mineirão; Bandeira — Foto: Staff ImagesCruzeiro; Mineirão; Bandeira — Foto: Staff Images
Ambrogini detalhou que o Cruzeiro, no acordo com o América-MG, tem mais liberdade de levar novas receitas.
- Indo para o lado das receitas, hoje a gente tem possibilidade de explorar novas receitas, que não tínhamos. Podemos levar um patrocínio, eventos que quiséssemos fazer, pode levar naming de sector. Qualquer coisa que pensarmos, temos liberdade e previsão contratual de levar essa receita e ficar com grande parte, que é o que com a Minas Arena não teríamos.
- O tratamento do sócio tem que ser diferenciado. A gente absorveu a gestão do estádio para dar mais qualidade para eles. E isso é comum. O Inter tem mais de 100 mil sócios e um estádio de 50 e poucos mil. Isso é comum. Você tem regra de priorização no ingresso. Então, conforme você for um sócio com mais pontos, você tem mais facilidade do ingresso. O sócio tem prioridade em cima do torcedor avulso. Temos a gestão do dia a dia, que me facilita trata-lo de forma diferente. Eu, com a gestão do estádio, consigo corrigir alguma situação que ele não está sendo bem atendido.
- A gente sempre coloca a comissão técnica para dentro das decisões. Ainda mais quando influencia o trabalho deles. Eles pedem mais sobre a garantia do gramado, que tem que estar num estado bom. No Independência, eles reformaram o gramado, a irrigação. Estamos participando do debate de como pode melhorar. Então, estando na perfeita condição de jogo, já está ótimo para a nossa comissão técnica.
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