Mundial começa bem para o Flamengo

Óbvio que o Flamengo pode tropeçar terça-feira no Al-Hilal, e aí vão reclamar que era melhor ter enfrentado o Wydad Casablanca. Poder, pode. Mas não seria algo normal. Na maneira como defino os dois possíveis confrontos rubro-negros no Mundial, o cenário mais favorável para o time de Vitor Pereira era mesmo enfrentar os árabes. E como defino os confrontos? Se houver contra o Real Madrid, o problema do Flamengo será "apenas" técnico. Jogará contra um time melhor, que vai atacar e, portanto, deixará os brasileiros desconfortáveis quase todo o tempo - só que a pressão será toda espanhola, o Fla vai desfrutar do jogo, deixar tudo em campo e aí veremos o que vai dar. No jogo de terça, SE houver algum problema, ele será a ansiedade do Flamengo.

Nesse sentido, se o rival fosse o Casablanca, o Flamengo teria um ambiente propício à tensão, à ansiedade, um estádio inteiro berrando e empurrando o time marroquino à frente... e um rival que não se importaria em não ter a bola, em jogar fechado e enervar o oponente, e beliscar um contra-ataque. É preciso ter em mente que essa semifinal não traz apenas a possibilidade de eliminação de um torneio. A possibilidade é de não ser possível enfrentar o Real Madrid, um jogo de sonho que não acontece todo dia, que talvez não aconteça nunca mais, que se o Flamengo vencer coloca muitos de seus jogadores num patamar na história do clube apenas abaixo de Zico e Júnior. É muita coisa em jogo.

Mas contra o Al-Hilal, o Flamengo tem mais chance de tirar o jogo desse campo psicológico e levá-lo para o técnico - e aí, por mais experiente que seja o rival, os brasileiros são melhores. O Flamengo vai ter a bola, vai empurras os árabes para a defesa e deixá-los desconfortáveis - o time de Ramon Diaz gosta de jogar, gosta de ditar o ritmo nas Ligas da Arábia e da Ásia. Sem precisar ter medo, é importante que Vitor Pereira lembre seus comandados que o Mundial não tem mais, há algum tempo, nenhuma "baba". O Al Hilal possui nada menos do que 13 jogadores em seu elenco que já disputaram Copa do Mundo, o que dá ao time no mínimo uma segurança de não ter medo do Flamengo - que terá de se impor pela qualidade alta de seu time. Tem ainda um treinador muito experiente, que conhece bem o futebol brasileiro, e que criou um sistema de alternância na formação de frente - se entrar com o argentino Vietto, seja de início ou no meio do jogo, ganha em qualidade.

Tudo isso é verdade, mas tudo isso não é suficiente para não fazer do Flamengo favorito. E, em se confirmando o favoritismo, virá, provavelmente, o Madrid. Aí é outra história, impossível de prever. Uma coisa, para mim, é clara: o Flamengo fez todo o seu planejamento para esse jogo. O do Palmeiras era, claro, importante, mas estava abaixo na hierarquia de importância. E, sob esse prisma, a derrota pode ter sido boa porque acendeu o alerta para a frouxidão da marcação no meio-campo - se o juiz anulasse o quarto gol do Palmeiras e Thiago Maia fizesse o da vitória do Fla, talvez os mesmos problemas fossem empurrados para debaixo do tapete. Tenho certeza de que nos dois jogos em Marrocos, o time de VP vai jogar muito mais intensidade do que atuou contra o Palmeiras, a cabeça do Flamengo está desde sempre no Real Madrid.

Se vai ser suficiente para trazer a segunda taça, não dá para saber. Mas estou seguro de que os rubro-negros se orgulharão do que o time vai deixar em campo.

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