Cria de Xerém e hoje no Audax-RJ, Higor Leite reencontra Fluminense e conta suas histórias na Armênia
Até o tricolor menos atento provavelmente terá um "estalo" ao ver a escalação ou ouvir a narração de Fluminense x Audax-RJ neste domingo, às 18h (de Brasília) no Maracanã: "Higor Leite? Conheço esse nome de algum lugar..."
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1 de 5 Higor Leite comemora o gol da vitória sobre o Botafogo — Foto: Arthur Barreto/Angra AudaxHigor Leite comemora o gol da vitória sobre o Botafogo — Foto: Arthur Barreto/Angra Audax
E não é para menos. O camisa 10 do time de Angra dos Reis é cria de Xerém, foi vice-campeão da Copinha, subiu para o profissional no ano do tetra e defendeu o Fluminense até 2016. Ao todo, foram 22 jogos, duas assistências 💥️(veja no vídeo abaixo) e dois títulos com a camisa tricolor: o Brasileiro de 2012 e a Primeira Liga de 2016. E estava sumido nos últimos anos porque vinha jogando no Pyunik, no escondido futebol da Armênia.
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Aos 29 anos e de volta ao Brasil e ao futebol carioca em 2023, Higor Leite virou um dos destaques do Audax, onde é titular absoluto e já fez dois gols em seis partidas, incluindo um golaço em cima do Botafogo 💥️(veja no vídeo abaixo). Em entrevista ao ge, ele falou sobre a expectativa para enfrentar o Fluminense pela primeira vez no Maracanã e das histórias que vivenciou em um país em guerra.
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💥️ge: Você estava há dois anos na Armênia, que não é um destino muito comum para jogadores brasileiros. Como foi parar lá?
💥️Higor Leite: – Foi na pandemia. No Brasil estava tudo parado, com os jogadores em casa. Meu empresário falou: "Tem uma proposta que não é muito boa, mas não é muito ruim. Pode se esconder no futebol, lá raramente os jogadores aparecem, mas alguma coisa indo bem dava para ganhar dinheiro". E com a pandemia não estavam querendo pagar muito aqui, falei que ia arriscar. Fiquei dois anos lá, foi uma experiência boa que vou levar para a vida.
💥️E passou muito perrengue?
– Cara, peguei -20°C graus. Antes do jogo ficam uns tratores no campo, no sintético, porque no inverno os campos ficam todos queimados. Aí os tratores tiravam a neve de um lado para o outro. Quando entrei no campo, não sentia o meu pé (risos). Também não entendia o que o povo falava, porque lá tem a língua deles, ninguém fala inglês. Uma coisa que me chamou a atenção quando cheguei é que usava sempre máscara por causa da pandemia, mas mandavam tirar, não se importavam, os caras não estavam nem aí. E tinha casos lá de Covid, graças a Deus não peguei.
2 de 5 Higor Leite sofreu com o frio no Pyunik, da Armênia — Foto: Arquivo PessoalHigor Leite sofreu com o frio no Pyunik, da Armênia — Foto: Arquivo Pessoal
– E tem a guerra com o Azerbaijão. Eu ficava a uns 240 km da fronteira, onde é o conflito. Tinha um armênio lá no time que voltou da guerra. Lá só não serve o exército se jogar na seleção de base, e o moleque foi, serviu, mas era bom (no futebol) e voltou. Treinou com a gente, depois no vestiário, na hora do banho, ele de sunga deu para ver um buraco na coxa. Ele explicou que foi bomba, pisou em uma mina e pegou parte da perna dele. É outra realidade. Minha mulher era louca para voltar.
💥️Você voltou e começa o ano como titular absoluto do Audax e com dois gols em seis jogos. Como avalia esse seu momento, retornando ao futebol carioca?
– Ah, é um momento maravilhoso que estou vivendo, ainda mais onde tudo começou, subi em 2012 no Fluminense. Momento muito especial para mim, relembrando tudo que passei e podendo ajudar minha equipe com gols e correndo da melhor maneira possível.
3 de 5 Higor Leite em ação pelo Pyunik, da Armênia — Foto: DivulgaçãoHigor Leite em ação pelo Pyunik, da Armênia — Foto: Divulgação
💥️Vocês já venceram o Botafogo e empataram com o Vasco nesse Carioca. Acha que dá para surpreender também o 💥️Fluminense💥️?
– Com certeza. A gente trabalhou muito para isso, assistimos ao jogo contra o Volta Redonda, e tudo pode acontecer. Temos um time bem treinado, nosso técnico passou as táticas, tudo certinho, para a gente entrar com tudo para buscar ganhar. Mas vai ser muito difícil porque é uma equipe muito bem treinada pelo Diniz.
💥️Você já enfrentou o 💥️Fluminense💥️ uma vez pelo Volta Redonda em 2017, só que foi em Moça Bonita. Agora vai ser a primeira vez contra o ex-clube no Maracanã. Vai ser diferente para você?
– Sim, Maracanã é totalmente diferente. E nunca é um jogo qualquer, ainda mais contra o Fluminense. Querendo ou não, foi onde abriu as portas para eu jogar, me profissionalizar, tenho um carinho especial demais e amigos até hoje lá: Fred, Mário, o pessoal da rouparia... Então para mim vai ser um jogo muito especial mesmo.
4 de 5 Higor Leite já enfrentou o Flu uma vez pelo Voltaço — Foto: Wallace Feitosa/Volta Redonda FCHigor Leite já enfrentou o Flu uma vez pelo Voltaço — Foto: Wallace Feitosa/Volta Redonda FC
💥️Qual sua principal lembrança do 💥️Fluminense💥️, aquele que você nunca vai esquecer?
– Acho que foi quando fomos campeões brasileiros em 2012. Na volta para o Rio, teve aquele probleminha no avião, depois desfilamos no carro de bombeiro até Laranjeiras com a torcida comemorando.
💥️Ficou alguma mágoa pela sua saída do clube ter sido no meio daquelas famosas demissões por WhatsApp?
– O clube tem direito de fazer o que bem entender. Não levo mágoa, vida que segue.
5 de 5 Higor Leite com o troféu de campeão da Primeira Liga pelo Flu em 2016 — Foto: Arquivo PessoalHigor Leite com o troféu de campeão da Primeira Liga pelo Flu em 2016 — Foto: Arquivo Pessoal
💥️Basicamente todos aqueles jogadores entraram na Justiça depois, assim como você. O clube já terminou de te pagar?
– Ainda não, está na Justiça. Falei uma vez com o Mário, mas não deu em nada. Acho que o clube só acabou de pagar o (Diego) Cavalieri. Mas vamos ver, quem sabe acontece?
💥️Ainda tem acompanhado o 💥️Fluminense💥️? O que está achando do time?
– Acompanho demais. Ainda mais agora, que por causa do Carioca preciso acompanhar. Mas acompanhava até lá da Armênia. Tem um aparelinho de TV que pegava tudo. o Fluminense tem um treinador excepcional, gosto demais daquela "toqueira", como se diz. Tem peças muito boas ali: Ganso, Cano, André... E tem o cabeça do time, que é o Diniz, que faz jogar mesmo. Pode alçar voos altos nessa temporada.
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