Do quase acesso para Série A à lanterna do Paulistão: entenda como o Ituano entrou em crise
Três meses bastaram para o Ituano fazer uma viagem do céu ao inferno. Em 6 de novembro de 2022, o clube enfrentava o Vasco na "Batalha de Itu", que valia o acesso à elite do Campeonato Brasileiro.
No dia 6 de fevereiro de 2023, nesta segunda-feira, a direção anunciou a demissão do técnico Carlos Pimentel, o mesmo que conduziu a arrancada no segundo turno da Série B.
Se vencesse o cruzmaltino na rodada final, iria à Série A pela primeira vez e daria o maior passo de sua história de 75 anos. 92 dias depois, corre o sério risco de dar um passo para trás, que não acontece há mais de 20 anos. A última vez que foi rebaixado no Paulistão foi no século passado, em 1999.
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Jogadores do Ituano reunidos para partida do Paulistão — Foto: Miguel Schincariol/Ituano FC
Ao fim da metade da primeira fase do estadual, o Galo de Itu é o lanterna e único que ainda não venceu na competição. Tirando os quatro grandes, o Rubro-negro é o mais longevo na primeira divisão estadual. Disputa a elite, ininterruptamente, há 21 anos. Nesse tempo, faturou duas taças, marca inédita para um clube do interior.
Na edição de 2023, o Ituano começou enfileirando três empates contra São Paulo, Portuguesa e Guarani. Agora, amarga uma série de três derrotas consecutivas contra Palmeiras, Inter de Limeira e Água Santa. Resultados que custaram o cargo de Carlos Pimentel.
O técnico teve um aproveitamento de 70% na Série B de 2022, conduzindo o time da 16ª posição até a briga direta para subir na rodada final, que terminou com a vitória e o acesso do Vasco em Itu. Em 2023, o aproveitamento é de 16%. Mas, afinal, como explicar essa decadência tão acentuada?
Quando um time faz uma campanha de destaque, a tendência é manter a base do elenco e trazer reforços pontuais. Mas, definitivamente, não foi o caso do Ituano. Ao final da Série B, 16 jogadores (💥️veja a lista abaixo) deixaram o clube.
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Aylon comemora gol contra o Londrina, na Série B 2022, última vitória do time — Foto: Miguel Schincariol/Ituano
A maioria das saídas foi uma decisão do clube, como os casos de Roberto, Jiménez, Aylon e outros. Entre os titulares frequentes, Lucas Dias, Caíque, Kaio e Aylon foram as ausências mais sentidas.
Aylon, aliás, estava disposto a ficar, mas praticamente não houve negociação. O atacante foi para o Novorizontino e é um dos artilheiros da Série A2 do Campeonato Paulista com cinco gols.
Para os lugares destes 16 atletas, o Galo contratou 19 jogadores (💥️veja a lista abaixo). O mais conhecido deles, o atacante Geuvânio, ex-Santos e Flamengo, teve uma lesão muscular e sequer foi relacionado. Não há perspectiva para a sua estreia pelo clube. Quirino foi outro atacante trazido. O jogador era reserva do Novorizontino, e ainda não marcou gols pelo Ituano.
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Geuvânio treina com bola no Ituano, na última semana de 2022 — Foto: Flávio Torres/Ituano FC
A posição do Ituano como lanterna do Campeonato Paulista fica fácil de ser compreendida ao observar algumas estatísticas.
O time é o recordista em pênaltis cometidos: foram cinco em seis rodadas, incluindo duas penalidades cometidas no jogo passado contra o Água Santa. O mais decisivo foi contra a Portuguesa, aos 51 minutos do segundo tempo, quando o time sofreu o empate daquela que seria a única vitória no Paulistão.
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Jefferson Paulino antes de pênalti do Água Santa contra o Ituano, pelo Paulistão — Foto: Miguel Schincariol/Ituano FC
Outro recorde negativo do Galo de Itu é o de expulsões. Ao lado do Bragantino, são quatro cartões vermelhos recebidos.
O único reincidente foi o zagueiro Bernardo, que cometeu dois pênaltis (contra Portuguesa e Inter de Limeira) e foi expulso uma vez. Na partida anterior contra o Água Santa, o defensor ficou no banco de reservas pela primeira vez desde que foi lançado ao profissional. Mas a troca não deu certo, já que o substituto Carlão também cometeu pênalti e foi expulso.
O único jogo que o Ituano não teve pênaltis contra e nem teve jogadores expulsos foi a estreia contra o São Paulo.
💥️Expulsões e pênaltis do 💥️Ituano💥️ no Paulistão:
Em seis jogos, o Ituano fez apenas dois gols no Campeonato Paulista. Um deles, aliás, nada resolveu, já que foi na derrota por 3 a 1 para o Palmeiras. O outro, contra a Portuguesa na segunda rodada, foi a única vez que o Galo de Itu esteve à frente do marcador em algum momento da competição.
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Eduardo Person comemora gol do Ituano contra o Palmeiras pelo Paulistão — Foto: Miguel Schincariol/Ituano FC
Paulo Victor e Eduardo Person, reforços para a temporada, foram os autores dos gols. A dupla, aliás, reúne dois dos únicos reforços que já demonstraram algo produtivo em 2023.
Por outro lado, dois atacantes trazidos, Hélio Borges e Geuvânio, sequer estrearam. Outros como Felipe Saraiva, Yago e Quirino pouco ou nada renderam.
Rafael Silva, campeão paulista pelo Ituano em 2014, estreou nesse domingo contra o Água Santa, mas foi expulso por colocar a mão na bola duas vezes, apenas 30 minutos depois de entrar em campo.
As estatísticas também comprovam que o Galo é o time com a pior eficiência ofensiva da competição. Em média, a equipe marca um gol a cada 31,5 tentativas e tem 10,5 chances por partida.
A soma desses fatores ajuda a explicar a ineficiência ofensiva do Rubro-negro que aliada às falhas defensivas e a dificuldade no entrosamento são a combinação indesejada que resultam na lanterna e na série ameaça da Série A2 do Campeonato Paulista.
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Ituano x Portuguesa, Felipe Saraiva, Campeonato Paulista — Foto: Miguel Schincariol/Ituano FC
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