Times favoritos tem dificuldades para mostrar supremacia no Mundial de Clubes

Nesta edição do Mundial de Clubes 2022, que está sendo disputada no Marrocos, os times favoritos para vencer as semifinais não mostraram alto nível de rendimento, como era esperado. O Flamengo não conseguiu concretizar o sonho de ser bicampeão Mundial e foi derrotado pelo time saudita Al-Hilal, por 3 a 2. O poderoso Real Madrid venceu o Al Ahly, do Egito com o placar de 4 a 1, mas com desempenho irregular, que não justificou esse resultado.

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O Flamengo foi o sexto time sul-americano a ser derrotado na semifinal do Campeonato Mundial de Clubes. Apesar de ter o favoritismo, a equipe carioca foi surpreendida por um time, que é inferior tecnicamente, mas que soube neutralizar a eficácia da posse de bola e da qualidade do meio-campo, que são as características diferenciais do Flamengo.

O entrosamento do setor de meio-campo do rubro-negro carioca é notável, o que facilita a introdução de qualquer sistema tático. Em linhas gerais, bastaria estar minimamente organizado no setor defensivo para que a qualidade coletiva do time se mantivesse. Isso, tanto é verdadeiro, que com Dorival Junior como técnico, na gestão anterior, o Flamengo passou a funcionar harmonicamente, com a criatividade sendo o ponto central.

Porém, o desempenho do time nesta temporada, com Vítor Pereira no comando técnico está se mostrando titubeante. Essa instabilidade pode ser notada no campeonato carioca e na disputa da Supercopa do Brasil, que foi realizada em jogo único, no qual o Flamengo foi derrotado pelo Palmeiras.

E, essa situação se repetiu na semifinal do Mundial de Clubes. Um pênalti marcado contra o Flamengo, no início da partida, desestabilizou o grupo emocional e taticamente. A equipe só conseguiu se reorganizar a partir da metade do primeiro tempo da partida, conseguindo empatar o jogo com um gol de Pedro. Mas, recebeu outro golpe com a expulsão do volante Gerson e a marcação de outro pênalti para o Al-Hilal, ficando com o sistema defensivo prejudicado.

Nesse momento, a equipe carioca necessitava se reorganizar novamente, com a intervenção de seu técnico, uma vez que estava com um jogador a menos. Mas, Vítor Pereira não fez boas escolhas e na tentativa de recompor o time, alterou o meio-campo, que era o único setor que estava funcionando efetivamente.

As saídas de Arrascaeta e posteriormente de Everton Ribeiro tornaram o time dependente de ligações diretas defesa/ataque, pois não tinha quem efetuasse a distribuição de bola com qualidade. Até o goleiro Santos, no desespero, tentava suprir essa necessidade, o que fazia a equipe fugir totalmente das características de compactação, aproximação e toque de bola.

Opções, Vítor Pereira tinha a seu dispor. Especificamente contra o Al-Hilal, Filipe Luís seria boa opção, pois tem qualidade para fazer a ligação entre os setores, além de funcionar como marcador, quando o time não tem posse da bola, mas ele permaneceu no banco de reservas.

O Flamengo está sofrendo com falta de planejamento, com decisões equivocadas que vão desde férias prolongadas aos jogadores, praticamente às vésperas dessa competição, até a troca de comando técnico, em momento que equipe estava entrosada taticamente e com rendimento aceitável. As falhas cometidas pelo atual técnico são claras de quem não tem total conhecimento das potencialidades do elenco, mas poderão ser sanadas com o trabalho continuado.

Na minha opinião, o elenco do Flamengo se adapta mais a um sistema tático que seja focado na qualidade técnica e no aspecto coletivo. Porém, a filosofia de Vítor Pereira pede um time intenso e vertical, o que requer tempo de adaptação.

No Mundial de Clubes, restou ao Flamengo disputar a terceira posição, jogando contra o Al Ahly, do Egito, que se mostrou taticamente organizado na semifinal. Assim, o time carioca para minimizar a insucesso da campanha, terá que apresentar protagonismo com a posse de bola, pois o time egípcio utiliza plataforma reativa.

Cada vez mais, o Mundial de Clubes da FIFA está mostrando que equipes sul-americanas só possuem potencial para se destacar em cenário local e continental.

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O roteiro da segunda semifinal do Mundial de Clubes foi praticamente o mesmo nas duas etapas do jogo. O Real Madrid foi levemente superior ao adversário, cometendo erros defensivos que proporcionaram contra-ataques do Al Ahly, tornando o jogo equilibrado.

O Real Madrid vive momento instável na temporada e como teve ausências importantes, dentre eles o goleiro Courtois, o zagueiro Éder Militão, os laterais Lucas Vázquez e Mendy, o meio-campista Hazard e o atacante Benzema, sua performance coletiva foi abaixo do esperado, proporcionando alternância de domínio durante a partida.

A equipe da Espanha se mostrou dependente das atuações de Vini Jr. e Rodrygo, que fizeram a diferença com jogadas individuais, quebrando linhas da defesa adversária. O meio-campista Kroos teve atuação apagada, prejudicando o coletivo da equipe.

Para a partida final do Mundial de Clubes, o Real Madrid ainda se mantém como favorito ao título, pois a qualidade e experiência de seu elenco, geralmente, superam crises de ordem tática. Mas, as atuações de Al-Hilal e Al Ahly mostraram que o abismo tático está sendo reduzido com relação a times do primeiro escalão do futebol mundial.

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