Um golaço como nos tempos de Zenon
Comentei nesta quarta-feira para o Premiere o duelo entre Guarani e Portuguesa pelo Paulistão. Impossível espantar a nostalgia de minha infância e adolescência quando admirava a Lusinha de Enéas, campeã paulista de 1973 junto com o Santos, ou o Bugre campeão brasileiro de 1978. Os tempos definitivamente são outros para a dupla, mas o jogo foi à altura. Deu Guarani, 2 a 1, e a Portuguesa vai se enrolando cada vez mais em sua luta para permanecer na elite paulista. A vitória foi de virada e no gol da vitória lembrei-me claramente daquela tarde no Maracanã, em 78, quando vi Zenon abrir o placar contra o Vasco na semifinal do Brasileiro (vitória bugrina também por 2 a 1, dois do bigodudo camisa 10)
Os dois times começaram pressionados pela ameaça de rebaixamento, juntamente com Ituano e Ferroviária. O primeiro ganhou, a segunda perdeu e continua na agonia. E no Brinco de Ouro da Princesa, a estratégia da Portuguesa, no segundo jogo de seu segundo treinador em 2023 (Gilson Kleina), era segurar o anfitrião e decidir o jogo em contra-ataques. O Guarani tentava ocupar o meio-campo, mas a bola queimava no pé e a articulação não era a ideal. As coisas ficaram piores ainda para os comandados de Mozart quando, aos 27 minutos, a Portuguesa armou um contra-ataque de almanaque e a bola ficou em disputa por Paraizo e um desesperado Bruno José que despencou do ataque para tentar salvar o Bugre. Paraízo tocou na frente e deu uma cavadinha linda na saída do goleiro: Lusa 1 a 0.
Até os 42. o estádio virou uma panela de pressão, com xingamentos ao treinador, vaias aos jogadores e aquela impaciência que todos conhecemos. Até que Bruno José acreditou numa bola perdida e foi derrubado pelo goleiro Thomazela. Pênalti que Isaque bateu para empatar. Dois minutos depois, quando muitos bugrinos ainda comemoravam na arquibancada, a defesa da Lusa rebateu a bola. No ponto entre o círculo central e a meia lua, o ex-vascaíno Matheus Barbosa bateu de primeira. Uma pancada seca, violenta, reta, velocíssima. Thomazela pulou mas não viu por onde passou - entrou no ângulo. Um golaço, ao melhor estilo dos tempos de Zenon.
O segundo tempo foi inverso, com o Guarani tentando os contra-ataques e a Portuguesa mais com a bola, pressionando... mas a Lusa acabou vencida pela desorganização e falta de talento. Foi até bom que o último gol do jogo fosse a obra de arte assinada por Matheus Barbosa. O resultado foi importantíssimo para o Guarani respirar na tabela e, se mantiver o foco, até sonhar com o mata-mata. A Portuguesa ficou em situação preocupante e precisa reagir. Que, assim como o Bugre se inspirou em Zenon, o time de Kleina ache inspiração na memória de Enéas ou Dener...
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