Parceira do Vitória, porta-voz de site de acompanhantes defende profissão: "Não precisa concordar"
Um acordo de patrocínio entre clubes de futebol e empresas geralmente é pautado em ganhos financeiros para os dois lados. No caso da parceria entre o site de acompanhantes Fatal Model e o Vitória, anunciado na última quinta-feira, a ideia principal é ir além ao promover o respeito e discutir a regulamentação da profissão.
- Não é sobre dinheiro. É sobre respeito, sobre valores - resume Nina Sag, porta-voz da empresa.
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1 de 4 Porta-voz da Fatal Model foi ao Barradão para o anúncio da parceria com o Vitória — Foto: DivulgaçãoPorta-voz da Fatal Model foi ao Barradão para o anúncio da parceria com o Vitória — Foto: Divulgação
No Brasil, a prostituição não é crime, mas aguarda regulamentação. Em entrevista ao ge, Nina Sag afirma que a parceria com o Vitória tem como objetivo discutir valores de uma profissão vista por alguns à margem na sociedade.
- O objetivo da plataforma sempre foi levar a mensagem, levar os valores da profissão que é legalizada no Brasil. Ela é legalizada pelo Ministério do Trabalho. O que nós fazemos não é ilegal. A gente precisa falar de valores, que é algo que ninguém fez no Brasil. Quantas pessoas não ganham dinheiro com prostituição há milhares de anos? E até hoje as pessoas só ganhavam dinheiro. Ninguém vestiu a camisa dos profissionais para ajudar na causa - afirma.
No último jogo do Vitória, os jogadores entraram em campo com uma camisa com a frase "respeito, segurança e dignidade". Nina também foi responsável pelo pontapé inicial da partida.
2 de 4 Nina Sag em entrevista ao ge — Foto: geNina Sag em entrevista ao ge — Foto: ge
3 de 4 Nina Sag, porta-voz da Fatal Model, com camisa em que pede respeito, segurança e dignidade — Foto: Renan Pinheiro
Nina Sag, porta-voz da Fatal Model, com camisa em que pede respeito, segurança e dignidade — Foto: Renan Pinheiro
O impacto do novo patrocínio com o Vitória foi imediato. Nas redes sociais, a Falta Model aumentou os seus números em 44% nos últimos dias ao passar de 10 mil para 14,4 mil seguidores. Alguns torcedores levaram a parceria com bom humor, mas também houve críticas. Ainda assim, Nina avalia os primeiros dias da parceria como positivos.
- Tem sempre os dois lados. A gente está preparado para isso. As pessoas que ainda não conhecem, o preconceito é resultado da ignorância e falta de conhecimento. Era esperado. A repercussão, no geral, foi muito mais positiva que negativa. Tem a galera que vai falar mal, optar por falar que isso prejudica a família brasileira. É esperado esse tipo de comentário. Apesar de negativos, já é mais uma oportunidade para essas pessoas olharem. As pessoas postam comentários negativos, mas outras aparecem para defender. Às vezes, um argumento que a pessoa de fora trouxe ajuda, e faz ela mudar de ideia.
O Vitória não é o primeiro clube de futebol que firma parceria com o site, existente desde 2016. A empresa já trabalhou em outros estados, mas nunca chegou ao nível de parceria firmado com o clube baiano.
- No futebol, encontramos público em massa que não encontramos em outros esportes. É esse público, majoritariamente masculino, que é maior consumidor do nosso serviço e pode ser educado no sentido do tratamento, do respeito. Neste sentido, tem sido totalmente positivo - avalia Nina.
Em termos financeiros, este é o maior patrocínio da história do Vitória na propriedade das mangas. Do outro lado, o acordo também foi histórico para o Fatal Model.
- A particularidade é que foi um patrocínio histórico para a plataforma e para o clube. Foi o maior patrocínio em mangas feito pela plataforma e também recebido pelo Vitória. Foi histórico para os dois lados. E uma mulher, uma profissional do sexo, ir lá na sala de um presidente de clube, assinar um papel e apertar a mão dele, isso também é diferencial. O que fizemos nunca havia sido feito no Brasil. O patrocínio tem esse peso muito grande por causa de todo esse valor que foi levado.
4 de 4 Fábio Mota, presidente do Vitória, e Nina em coletiva de anúncio da parceria — Foto: Pietro Carpi/EC VitóriaFábio Mota, presidente do Vitória, e Nina em coletiva de anúncio da parceria — Foto: Pietro Carpi/EC Vitória
Contudo, muito mais que números, o site tem objetivos maiores traçados e clara uma mensagem que quer deixar.
- Nossa profissão é legalizada, não estamos fazendo nada fora da lei. Nossa plataforma não é agência. Nós somos um site de publicidade, está totalmente dentro da lei. Uma vez que estamos dentro da lei, igual a várias profissões, nossa mensagem é de respeito, empoderamento, dignidade. Não perdemos nossa moral, nosso caráter ao trabalhar com sexo. A mensagem é essa: olhem para todos os profissionais com respeito - conclui Nina .
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