Análise: expulsões facilitam, mas Vasco dá sinais de evolução com Barbieri

As duas expulsões do Botafogo no primeiro tempo facilitaram o caminho do Vasco, mas seria injusto creditar o resultado de 2 a 0, nesta quinta, no Maracanã, apenas ao fato de o time ter jogado a maior parte do jogo em superioridade numérica. O Vasco foi insinuante desde o início, provocou o cartão vermelho de Adryelson por méritos próprios e soube aproveitar a desvantagem do adversário.

Assim como no jogo contra o Fluminense, foi um Vasco com personalidade e que começa a ganhar uma cara nas mãos de Maurício Barbieri, apesar dos muitos desfalques. Uma equipe que tem mostrado fome de ataque, usa muito bem os laterais, sabe pavimentar o caminho, mas ainda encontra dificuldades para concluir com êxito. Foram muitas chances criadas, mas também muitos gols perdidos nos clássicos contra Fluminense e Botafogo.

O Vasco é o time que mais finaliza no Campeonato Carioca – média de 18 chutes a gol por jogo. Contra o Botafogo, que jogou com dois jogadores a menos durante todo o segundo tempo, foram 23 finalizações.

 Alex Teixeira, do Vasco, comemora seu gol com Barbieri em jogo contra o Botafogo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF 1 de 2 Alex Teixeira, do Vasco, comemora seu gol com Barbieri em jogo contra o Botafogo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Alex Teixeira, do Vasco, comemora seu gol com Barbieri em jogo contra o Botafogo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Mais uma vez o Vasco foi a campo muito desfalcado, com muitos garotos e regido por Alex Teixeira. O time, no entanto, se impôs desde o início. Aos 10 minutos, o lance que mudou a partida. Barros lançou Alex Teixeira nas costas da defesa. Adryelson derrubou Alex Teixeira como último recurso e foi expulso.

Com um a mais, o Vasco passou a mandar no clássico. Alex Teixeira, Piton e Barros deram bons chutes. A melhor chance, no entanto, foi de Pedro Raul, que desperdiçou sem goleiro. Nos acréscimos do primeiro tempo o árbitro chegou a marcar pênalti de Carli em Puma, mas mudou de ideia após consultar o VAR. No lance Rafael foi expulso por agressão. Apesar do empate, o time de Barbieri foi para o intervalo com dois jogadores a mais.

Festa dos jogadores do Vasco na vitória contra o Botafogo — Foto: André Durão 2 de 2 Festa dos jogadores do Vasco na vitória contra o Botafogo — Foto: André Durão

Festa dos jogadores do Vasco na vitória contra o Botafogo — Foto: André Durão

Com ampla vantagem numérica, o Vasco sabia que não poderia ser afoito e teria de usar a cabeça para aproveitar o fato de ter mais jogadores em campo. Barbieri trocou dois volantes que estavam amarelados (Barros e Galarza) por Nenê e Erick Marcus. A equipe ficou ainda mais ofensiva, abriu o jogo e usou a cabeça literalmente para vencer.

Melhor em campo, Alex Teixeira aproveitou cruzamento de Puma para marcar o primeiro de cabeça. Pouco depois foi a vez de Pedro Raul, também de cabeça, escorar cruzamento de Nenê para fazer o segundo.

Com 2 a 0 e dois jogadores a mais, o time passou a controlar o jogo. Apesar de alguns momentos de desatenção defensiva, o Botafogo não teve forças e pouco assustou. Halls não precisou fazer nenhuma grande defesa.

Com a torcida inflamada no Maracanã, o Vasco encerrou uma sequência de nove derrotas em clássicos. Porém, há mais a celebrar. O time entrou pela primeira vez no G-4 da Taça Guanabara e, apesar de ainda estar em formação, já apresenta claros sinais de evolução nas mãos de Barbieri. O saldo dos dois clássicos, especialmente pelo desempenho, foi bastante positivo.

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