Rodrigo César, do Vitória-ES, é o técnico mais jovem da Copa do Brasil 2023

Em menos de três anos como técnico profissional, Rodrigo César disputou todas as competições possíveis pelos clubes por onde passou. Aos 34 anos, à frente do Vitória-ES, o técnico chega para a Copa do Brasil 2023 como o comandante mais jovem entre os 80 que iniciam o torneio. Ex-jogador, César está disposto a seguir superando a desconfiança devido a sua pouca idade.

O técnico do Alvianil de Bento Ferreira vai fazer, diante do Remo, nesta quinta-feira, sua primeira participação na Copa do Brasil à beira dos gramados. Com Campeonato Brasileiro Série D no currículo, Rodrigo César reencontra o cenário nacional via título invicto da Copa Espírito Santo 2022.

- É muito gratificante em meio a 80 clubes eu ser o técnico mais jovem. É uma responsabilidade muito grande estar à frente de um clube centenário, sendo um jovem treinador, mas com muita capacidade. Eu fico feliz por esse número e a responsabilidade aumenta mais ainda. Esperamos fazer um grande jogo da Copa do Brasil para mais uma vez passar de fase e dar alegria ao clube, torcedor e ao povo capixaba. O futebol aqui vem evoluindo e creio que em breve um time vai estar ascendendo a Série C e alçando voos maiores - declarou ao 💥️ge.globo.

Rodrigo César, técnico do Vitória-ES — Foto: Clara Fafá 2 de 6 Rodrigo César, técnico do Vitória-ES — Foto: Clara Fafá

Rodrigo César, técnico do Vitória-ES — Foto: Clara Fafá

Nascido em Vitória, Rodrigo César fez base no Vitória-ES, no Internacional e na Chapecoense. Profissionalizado, o ex-volante atuou por Guarani-SP, Ferroviária-SP, Campinense, Juventude, Desportiva Ferroviária, Nova Iguaçu-RJ, entre outros clubes.

Na carreira, o técnico do time de Bento Ferreira juntou experiências com nomes como Argel Fuchs, Vagner Mancini, Edson Souza e Oliveira Canindé. Antes de assumir de vez a Águia Azul, Rodrigo César foi auxiliar técnico e interino do clube em duas trocas de treinadores, em 2023 e 2023.

- Sempre fui um atleta de muita curiosidade na parte tática, de entender o que passava na cabeça do treinador, então, fui desenvolvendo isso na minha carreira como atleta. O estudo a gente não pode abrir mão. Eu falo que quem jogou futebol foi atleta profissional durante muitos anos, já tem uma certa vantagem em relação aos outros que não jogaram porque é realmente uma faculdade o dia a dia. Depois que eu parei, passei a estudar mais, ler mais, fiz o curso da Licença B da CBF, de treinos específicos, de gestão e cada dia a mais venho buscando conhecimento para agregar a minha carreira e ao dia a dia, para passar os conteúdos mais atuais possíveis aos atletas.

Rodrigo César e o preparador físico Luiz Fernando Paião no amistoso Botafogo x Vitória-ES no Kleber Andrade — Foto: Vitor Nicchio 3 de 6 Rodrigo César e o preparador físico Luiz Fernando Paião no amistoso Botafogo x Vitória-ES no Kleber Andrade — Foto: Vitor Nicchio

Rodrigo César e o preparador físico Luiz Fernando Paião no amistoso Botafogo x Vitória-ES no Kleber Andrade — Foto: Vitor Nicchio

O fim da carreira como jogador profissional aconteceu durante a pandemia da Covid-19. Aos 32 anos, Rodrigo César realizou a transição para auxiliar técnico com o Alvianil de Bento Ferreira em preparação para o Campeonato Brasileiro Série D 2023.

- Eu fui a pouco tempo atleta, a gente entende o que o jogador pensa e deseja. Temos uma leitura facilitada sobre o que eles pensam, gostam de fazer e não gostam. Tentamos gerir o grupo dessa maneira e vem dando certo. Independente da idade, o respeito que a gente passa é o respeito que eles terão por nós. Procuro respeitar todos e tratá-los da mesma maneira. Eu recebo respeito de volta. Graças a deus nunca tive problemas com atletas, muito pelo contrário, tenho um relacionamento muito bom. Levo isso para o meu dia a dia no trabalho, na forma de gerir o grupo e vem dando certo.

Rodrigo César, técnico do Vitória-ES — Foto: Vitor Nicchio/ge 4 de 6 Rodrigo César, técnico do Vitória-ES — Foto: Vitor Nicchio/ge

Rodrigo César, técnico do Vitória-ES — Foto: Vitor Nicchio/ge

A oportunidade como técnico efetivo do Vitória-ES aconteceu no dia 25 de fevereiro de 2022. Desde então foram 27 jogos, 18 vitórias, cinco empates e quatro derrotas - 72,8% de aproveitamento. Anteriormente, Rodrigo César passou por Rio Branco VN e Aster sub-20, onde disputou Copa Verde e a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

- Minha relação com o Vitória é de muito amor, respeito e carinho. Eu fui atleta do clube, fui campeão como atleta e como treinador. Venho escrevendo uma história linda aqui dentro, onde eu tenho muito respeito e administração muito grande. Gosto de paixão e torço para que o Vitória um dia chegue a uma Série A ou Série B do Brasileiro, que o clube consiga se estruturar do jeito que o futebol é hoje. Entendemos que está no caminho certo, mas que há muito a melhorar ainda. Torço para que em breve o Vitória esteja no cenário nacional, com um clube bem estruturado para dar alegria aos torcedores alvianis e capixabas.

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Luan Carlos Neto é o novo treinador do Brasiliense — Foto: André Gomes/Brasiliense FC 5 de 6 Luan Carlos Neto é o novo treinador do Brasiliense — Foto: André Gomes/Brasiliense FC

Luan Carlos Neto é o novo treinador do Brasiliense — Foto: André Gomes/Brasiliense FC

Até pouco tempo, Rodrigo César era o segundo técnico mais jovem da Copa do Brasil 2023. Estreante na competição, o treinador que avançou de fase, em seu último ano como atleta, ocupa o “posto” de Luan Carlos (30 anos), que estava no Brasiliense.

Rodrigo César trocou o Vitória-ES pelo Internacional com apenas 16 anos, mas os dois jovens treinadores só se encontraram no Espírito Santo na fase de grupos do Campeonato Brasilieiro Série D 2023. Responsável pela melhor campanha da história do Goianésia na Quarta Divisão, Luan Carlos falou sobre o ponto em comum com César, que na época era auxiliar.

- O fator idade é importante, mas não determinante. Os jovens treinadores precisam entender que não podem agir da mesma forma que os treinadores mais velhos, pois eles têm suas experiências e vivências que são utilizadas no contexto em que trabalham. Enquanto um treino mais jovem, tento ter uma comunicação de acordo com a minha vivência e formação. São formas diferentes de executar o trabalho. Entendo que preciso manter uma liderança compartilhada, onde o diálogo é a ferramenta preponderante. Independe da idade creio que devemos entender liderança como relacionamento humano - declarou ao 💥️ge.globo.

Outro fato curioso é que Luan Carlos fez estágio com o preparador físico do Vitória-ES, Fábio Rangel. Ambos conviveram juntos em 2011, acompanhando os trabalhos no Americano-RJ.

- Professor Fábio tem muito conhecimento, e consegue operacionalizar muito bem. Com certeza o Rodrigo está muito bem acompanhado. A preparação física é fundamental no sucesso de uma equipe, e isso com certeza faz a diferença no trabalho. Acompanho, sim, o trabalho deles. Sempre equipes com muita intensidade e bons comportamentos de jogo, isso é sinal de trabalho qualificado. Quer saber se uma equipe treina bem? Observe o jogo dela. E vendo o jogo da equipe deles, a gente percebe a virtude de trabalho e organização. [...] Compartilhar conhecimento com seus atletas e colegas de profissão. O ato de partilha nos ensina muito. E outra lição que aprendo constantemente é que podemos até abrir mão das nossas convicções, mas nunca dos nossos valores. A nossa essência não pode ser ferida.

Fábio Rangel e Luan Carlos, pelo Americano-RJ em 2011 — Foto: Arquivo Pessoal 6 de 6 Fábio Rangel e Luan Carlos, pelo Americano-RJ em 2011 — Foto: Arquivo Pessoal

Fábio Rangel e Luan Carlos, pelo Americano-RJ em 2011 — Foto: Arquivo Pessoal

O ex-técnico do Brasiliense acredita que a carreira de atleta é um diferencial, embora nem todos tenham sucesso na gestão de grupo de jogadores. Luan Carlos nunca jogou futebol profissionalmente, mas diz que ter a experiência não elimina a necessidade dos estudos.

- O conhecimento é a base de sucesso para qualquer profissional, independente da área de atuação. No futebol não pode ser diferente. O Jogo evoluiu muito, assim como em todas as áreas da sociedade. Não nos contentamos mais com celulares de 10 anos atrás, não usamos mais TVs em preto e branco, tudo mudou. Por que temos tanta resistência em entender que o futebol também se transformou? E essa transformação está exigindo de todos nós investimento em estudos, em conhecimento. A qualificação científica não é mais uma virtude de um profissional, é uma necessidade. E como não fui jogador, esse investimento precisa ser ainda maior. Investir em áreas que podem se tornar um diferencial na minha atuação, como a Psicologia, por exemplo.

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