Análise: Vitória melhora no ataque, mas fragilidade na bola parada custa resultado contra o Náutico
Léo Condé segue sem vencer no comando técnico do Vitória e, com isso, não conseguiu fazer a equipe encerrar o jejum de triunfos na Copa do Nordeste. Na noite da última quinta-feira, o Rubro-Negro perdeu de virada para o Náutico, por 3 a 2, em pleno Barradão, e deixou claro virtudes e quais são os problemas mais urgentes💥️
Após quatro jogos no comando do Leão e com mais tempo até o jogo desta quinta (cinco dias), Condé melhorou o time ofensivamente, o que ficou nítido com boas jogadas na primeira etapa, mas também mostrou que há muito o que se corrigir na defesa, que sofreu três gols em lances de bola parada.
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Lazaroni voltou a ser titular contra o Náutico — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação
O treinador escalou um time com três mudanças em relação à equipe que empatou com o ABC, no sábado de Carnaval. Lazaroni foi titular da lateral esquerda, e Zeca foi deslocado para a direita (Railan ficou no banco). No ataque, Osvaldo ganhou a vaga de Nicolás Dibble, após balançar a rede no último jogo.
E foi do atacante o primeiro gol diante do Náutico, com apenas dois minutos, após lançamento do até então criticado Thiago Lopes. Vale destacar a inteligência dos dois atletas na jogada. Lopes acertou o tempo e o espaço do lançamento, atrás da zaga do Timbu, e Osvaldo foi esperto para surgir livre na grande área, em posição legal.
Marcar o gol com pouco tempo de partida poderia ter deixado o Vitória mais sossegado para crescer no jogo, mas isso não aconteceu. As equipes mantiveram posturas agressivas e ficaram num troca-troca de ataques perigosos, desnecessário para quem está com a vantagem.
Tanto que, em onze minutos, além do gol rubro-negro, os goleiros Lucas Arcanjo e Vagner trabalharam em finalizações de Victor Ferraz e Gamalho, respectivamente, e Souza havia desperdiçado chance após avanço do Timbu pelo lado esquerdo de defesa rubro-negro. Mas foi na fragilidade defensiva do Vitória na bola aérea, em escanteio completado por Jean Mangabeira, que surgiu o gol de empate.
Bom para o Rubro-Negro que seu ataque estava inspirado, principalmente Thiago Lopes. O atacante foi inteligente, após enfiada de bola de Rodrigo Andrade, para dar um leve desvio de letra na bola, entrar na área e completar a tabela com Diego Torres com um belo gol, que exaltou o jogo coletivo do Vitória.
Após 18 minutos de intensidade no ataque e morosidade na defesa, o Rubro-Negro passou a tomar conta do primeiro tempo, com mais calma para manter a posse da bola na fase ofensiva e oferecer menos oportunidades ao adversário.
Com isso, novas "cartas" foram apresentadas pelo Vitória. Em um lance de pressão pós-perda, aos 30 minutos, o Leão recuperou a jogada e criou superioridade numérica na frente da área do Náutico, mas Léo Gamalho preferiu a finalização em vez de aproveitar o espaço e parou no goleiro.
No sistema defensivo, no entanto, o Vitória seguiu mostrando fragilidade. Além de oferecer espaços entre as linhas de defesa e meio-campo, o time de Condé se complicava quando o adversário chegava ao ataque com um maior número de jogadores. No final do primeiro tempo, por exemplo, o lateral Victor Ferraz apareceu livre na pequena área e só não empatou porque errou a finalização.
2 de 3 Thiago Lopes foi fundamental no primeiro tempo — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / DivulgaçãoThiago Lopes foi fundamental no primeiro tempo — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação
Treinadores costumam não mexer no time na volta do intervalo quando se está ganhando, mas Condé fez duas substituições no Vitória para o segundo tempo, com as entradas de Railan e Pedro Bicalho nos lugares de Zeca e Rodrigo Andrade, respectivamente. O técnico explicou, após a partida, que Rodrigo sentiu problema físico e que Zeca foi sacado porque estava pendurados - Timbu atava mais por aquele setor.
Com Railan na lateral, o Rubro-Negro poderia ganhar maior amplitude e velocidade pela direita, além de mais jogadas de cruzamento, já que Zeca costuma ser um jogador que constrói pelo meio na fase ofensiva. Não foi bem isso que aconteceu.
A partida caiu de ritmo, com o Vitória mais recuado para não sofrer tanto defensivamente e cauteloso no ataque. Mas isso só deu certo na teoria. Em outro lance de bola parada, o Rubro-Negro sofreu o empate, aos 14 minutos. Uma perigosa cobrança de falta de Souza foi desviada por Railan e atrapalhou Lucas Arcanjo, que tocou na bola duas vezes, a segunda dentro do gol.
Para corrigir a rota durante o segundo tempo, Léo Condé apostou em um quarto atacante, Wellington Nem, no lugar de Diego Torres. Depois, Condé mandou a campo João Lucas na vaga de Lazaroni, na lateral esquerda, e Rafinha no lugar de Osvaldo, no ataque. Só que nem deu tempo para qualquer evolução rubro-negra, pois o Vitória sofreu o gol da virada logo em seguida, aos 30 minutos.
Victor Ferraz, de apenas 1,74 cm, subiu livre, após cobrança de falta de Souza, para virar a partida no Barradão, no terceiro gol de bola aérea sofrido pelo Vitória.
3 de 3 Victor Ferraz deu trabalho ao sistema defensivo rubro-negro — Foto: Renan Oliveira/AGIF
Victor Ferraz deu trabalho ao sistema defensivo rubro-negro — Foto: Renan Oliveira/AGIF
Após a virada, o Vitória jogou no abafa e com pouca organização ofensiva, mas teve duas chances claras em sequência para conquistar um ponto. Camutanga e Gamalho, um após o outro, pararam no goleiro Vagner, em chutes à queima-roupa.
Com a derrota e apenas dois pontos somados, na sexta posição do Grupo A, o Vitória ainda terá três rodadas na Copa do Nordeste para tirar uma distância de cinco pontos para o G-4. Mas o time dá pouca esperança de solução a curto prazo.
Agora, porém, o Rubro-Negro vai mudar o foco para tentar a última cartada em busca da classificação no Campeonato Baiano, no jogo deste domingo, às 16h (de Brasília), no Barradão, contra o Barcelona de Ilhéus, pela oitava e última rodada da primeira fase.
Se não corrigir os erros defensivos de sua equipe, no entanto, Léo Condé corre o risco de ter mais prejuízos do que ficar fora das próximas fases do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste. Afinal, quem mais corre risco de perder emprego no futebol brasileiro é o treinador.
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