Avô de Marcelo driblou dificuldade financeira para neto virar jogador e o inspirou em volta ao Fluminense

💥️A primeira live do Fluminense com Marcelo, após a contratação do jogador, agitou a torcida nas redes sociais na última segunda-feira. A transmissão e seus cortes no Instagram oficial do clube somaram quase 1 milhão de visualizações em menos de 24 horas. E um trecho que chamou a atenção foi quando o lateral-esquerdo, de origem humilde, citou que não estava voltando ao Tricolor por dinheiro e lembrou como inspiração os sacrifícios do avô no início de sua carreira:

- Estamos voltando ao Brasil com muita vontade de voltar a ficar no Rio de Janeiro, aproveitar esse momento que tivemos pouco. Não tem preço. Nenhum valor vai pagar o que vamos sentir e voltar a sentir esse calor da torcida, de sentir cada jogo, treino e pressão. Não tem valor. Todo mundo gosta de dinheiro, trabalha e é pago, mas aqui é diferente. Meu avô teve que vender o carro para pagar o transporte para eu poder ir até Xerém. Foi o que meu avô fez por mim. Não tem dinheiro que pague.

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Seu Pedro Vieira não está vivo para ver o neto voltar para casa: o avô faleceu em 2014, três dias antes do fatídico 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo diante da Alemanha. Mas antes de morrer, ele realizou o sonho de ver Marcelo jogando no Maracanã, tanto com a camisa do Fluminense quanto da seleção brasileira. Foi ele o grande incentivador para o lateral-esquerdo chegar onde chegou.

Marcelo e o avô, Seu Pedro, no início da carreira no Fluminense — Foto: Reprodução 1 de 4 Marcelo e o avô, Seu Pedro, no início da carreira no Fluminense — Foto: Reprodução

Marcelo e o avô, Seu Pedro, no início da carreira no Fluminense — Foto: Reprodução

Em entrevista ao Esporte Espetacular nove anos atrás, Seu Pedro contou que chegou a ficar devendo simultaneamente a 12 agiotas (pessoas que emprestam dinheiro com juros altos e têm fama de usarem de ameaça ou violência para cobrar a dívida) para ter dinheiro para Marcelo pagar as passagens de ônibus e ir aos treinos em Xerém. E teve que vender até o apartamento:

Marcelo com a faixa de capitão no futsal do Fluminense — Foto: Reprodução 2 de 4 Marcelo com a faixa de capitão no futsal do Fluminense — Foto: Reprodução

Marcelo com a faixa de capitão no futsal do Fluminense — Foto: Reprodução

- Eu sempre arranjei dinheiro emprestado. Para levar ele para o futebol, eu sempre arranjava. Na véspera eu já providenciava o dinheiro porque sabia que tinha que levar ele no dia seguinte. Então a minha preocupação era só com ele chegar lá. E eu estava na mão do agiota. Eu tinha 12 agiotas. Eu vendi um apartamento para pagar agiota. Mas a prioridade era ele - contou na época o avô, que tinha certeza que o neto ia virar jogador:

- Era um toque de bola perfeito. Olha, levantou todo mundo no bar e foi para a grade para ver ele jogar. Porque ninguém tinha visto um garoto tão pequeno, tão infantil, com tanta habilidade, tanta categoria.

A situação só melhorou quando Seu Pedro ganhou dinheiro em um popular jogo de apostas ilegal no Brasil, e com isso conseguiu comprar um fusca para levar o neto até Xerém. O carro teve uma importância tão grande na vida de Marcelo que ele fez uma tatuagem do veículo em seu braço direito.

Fusca do avô tatuado no braço direito de Marcelo — Foto: Reprodução 3 de 4 Fusca do avô tatuado no braço direito de Marcelo — Foto: Reprodução

Fusca do avô tatuado no braço direito de Marcelo — Foto: Reprodução

Marcelo começou no Fluminense no futsal e só mais tarde foi para Xerém, onde chegou como atacante e virou lateral-esquerdo porque não havia outro. Se deu tão bem que não quis trocar de posição. Mas com 14 para 15 anos, quando já morava há dois anos no CT e só ia para casa aos finais de semana, ele quase abandonou a carreira para curtir a adolescência com os amigos. E foi Seu Pedro que conseguiu mudar a cabeça do neto e convencê-lo a não desistir:

- Eu falei para ele: "Olha, muitos garotos gostariam de estar na posição que você está e não conseguem. Você está com tudo na mão e está jogando fora".

Marcelo lamenta morte do avô em 2014 — Foto: Reprodução 4 de 4 Marcelo lamenta morte do avô em 2014 — Foto: Reprodução

Marcelo lamenta morte do avô em 2014 — Foto: Reprodução

Para orgulho do avô, Marcelo não jogou fora e virou o jogador multicampeão que é hoje, aos 34 anos. Foram 25 títulos no poderoso Real Madrid, onde virou ídolo e o maior vencedor da história do clube espanhol. Após uma curta passagem pelo Olympiacos, da Grécia, o lateral-esquerdo recusou propostas financeiras melhores e aceitou reduzir drasticamente seus vencimentos para voltar ao Fluminense. Nas Laranjeiras, seu salário será na faixa de R$ 600 mil.

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