Soja passou um tratoraço no PIB do agro em 2022; em 2023, até o ‘pibão’ precisará dela
Mesmo com alto avanço do milho, queda na soja derrubou o PIB do agro em 2022 (Imagem: Pixabay/chapkitt )
Em estimativas diversas, estão evidenciadas que a soja vai propulsar o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2023. Já as previsões de queda em 2022 também se confirmaram por decorrência da oleaginosa, em ano de seca (carregada desde final de 2023), como já esperava Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.
O grau de dependência desse setor produtivo salta à vista para o Brasil não rural, que, ao contrário, deverá ser importante para a soma das riquezas nacionais neste ano, quando se projeta uma expansão reduzida, em viés que pode piorar.
Da Luz vê mais 0,76% para o ‘pibão’, por inflação, política fiscal “contraproducente”, desaceleração dos investimentos e Selic com mais jeito de subir se o governo Lula não conseguir pressionar o Banco Central.
No ano passado, com o PIB avançando 2,9%, o Valor Adicionado da Agropecuária (VAA) recuou 1,7% sobre os 12 meses de 2023, frente a expansões do consumo familiar, indústria, serviços e investimentos.
Nas contas apresentadas pelo IBGE, o recuo na soja de 11,4% na safra 21/22 – a Conab fala em 9,9%, 125,5 milhões de toneladas -, passou um tratoraço sobre altas expressivas de outras culturas importantes.
Só com o milho, mais 25,5% (Conab, 114,6 milhões/t); café cresceu 6,8%, enquanto apenas a cana, entre as grandes rubricas do campo, avançou pouco, 2,7%. Também laranja e trigo obtiveram desempenhos relevantes, sobretudo o segundo – respetivamente, 4,4% e 28,5% & mas possuem menor componente.
Outras culturas tiveram desempenhos ruins, como batata inglesa, fumo e mandioca, mas de pesos relativizados.
No último trimestre, sobre o terceiro o VAA registrou 0,3% de variação positiva, contra a variação negativa de 0,2% do PIB.
Mas decorrência da sazonalidade do período para alguns setores.
A soja em desenvolvimento nesses meses vai entrar na safra 22/23, valendo para o PIB de 2023, e aqui a régua será invertida, com avanço recorde do grão para no mínimo 150 milhões de toneladas.
Numa média entre várias projeções, como Ipea e Confederação Nacional da Agricultura (CNA) se projeta o PIB do agro crescendo entre 2% e 2,5%, e vai dar soja na cabeça, mesmo com a alavancagem produtiva também para o milho, café, cana, laranja e trigo.
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