Mais da metade dos inadimplentes brasileiros negocia dívidas pela internet
O tempo de negociação, que antes levava 20 minutos, caiu para menos de 1 minuto (Pixabay)
Em um país com mais de 62 milhões de endividados, de acordo com o SPC Brasil, a alternativa digital para negociação de dívidas tem sido a mais procurada pelos brasileiros por oferecer em uma única plataforma a possibilidade de acertar os atrasos com mais de uma empresa, além de garantir melhores descontos e evitar o desconforto de interagir com alguém. Mais da metade dos inadimplentes já prefere negociar via internet seus débitos, segundo a Acordo Certo, primeira plataforma deste tipo a se consolidar no Brasil.
Em um mercado ainda dominado pela abordagem por telefone ou carta, a empresa conta com a inteligência artificial para tornar o negócio mais eficiente e assertivo e para facilitar a vida do devedor – que agora pode se livrar do constrangimento criado por essas situações e resolver tudo sem sair da tela do computador ou do celular, com a vantagem de obter mais descontos. O tempo de negociação, que antes levava 20 minutos, caiu para menos de 1 minuto.
“Adaptamos as soluções que criamos para o mercado de high frequency trading para o mercado de cobrança. O modelo é baseado em 3 pilares: métrica, escalabilidade e algoritmos de inteligência artificial”, explica Dilson de Sá, CEO da Acordo Certo.
Desde que foi criada, em 2016, três milhões de usuários, dos mais variados setores (varejo, educação, telefonia…), se cadastraram na Acordo Certo. No ano passado, a fintech fez 600 mil acordos, duas vezes mais que em 2017. Hoje, 20 pessoas entram na plataforma por minuto e 80% das dívidas são negociadas via celular.
A empresa tem NPS (Net Promoter Score), método para avaliar a satisfação do público, 68, nota considerada alta já que é a mesma da Netflix e 11 pontos superior à do Santander, que alcançou 57 no final do ano passado. O indicador médio global dos bancos é de apenas 2 pontos, segundo o Index NPS.
Maximiliano Carlomagno, da consultoria de inovação Innoscience, avalia que a evolução de plataformas de negociação de dívidas pela internet é uma solução eficiente para determinados perfis de devedores. “Serve como um instrumento nas réguas de recuperação de crédito”, disse. Na opinião do especialista, essas alternativas são úteis para sobretudo para “pessoas digitalizadas com dívidas de ticket de médio valor, ou seja nem muito baixo, que fique caro, nem muito alto, que não seja o público”.
Para Carlomagno, essas fintechs são estratégias complementares a serem usadas junto com a telecobrança convencional, mediação e outras abordagens. “Não vai migrar tudo para isso no curto prazo. E, claro, a atratividade para quem contrata essas empresas depende do custo variável cobrado”, finaliza.
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