Opep quer despolitizar o petróleo? Conheça o real sentido das palavras de Barkindo

Petróleo

(Imagem: Pixabay)

💥️Por Barani Krishnan/ysoke.com

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (💥️Opep) afirma que está tentando não confundir política com 💥️Quer concorrer a R$ 300? Responda esta pesquisa sobre investimentos em 2 minutos

Em sua essência, a organização ainda é um grupo cujo objetivo é administrar o abastecimento e os preços do petróleo, a fim de evitar flutuações que possam afetar as economias – primeiramente – dos países produtores da ✅commodity e – secundariamente – dos seus clientes. Sua sede ainda está localizada em Viena, para onde foi deslocada depois de passar seus cinco primeiros anos em Genebra.

💥️Só um membro dita todas as regras na Opep: a Arábia Saudita

Mesmo assim, é inegável que, dos seus cinco membros fundadores e nove regulares – considerando a saída ressentida do Catar no ano passado — apenas um membro virtualmente dita todas as regras na organização: a Arábia Saudita.

O outro único membro dotado de certa musculatura dentro da Opep é o aliado mais próximo dos sauditas: os Emirados Árabes Unidos.

Não é por acaso que a maioria das decisões do grupo tem viés saudita, mesmo com a Opep tentando de todas as forças se proteger como uma organização baseada no consenso, cujos membros geralmente têm poucas escolhas a não obedecer as ordens, pelo bem de uma ✅commodity tão importante para todos eles. O petróleo, na condição de fluido que literalmente move o mundo, e Riad, como seu maior exportador, reforçaram a posição de liderança dos sauditas tanto na ✅commodityquanto no cartel.

É por isso que, depois de seis décadas e de dramas épicos, como o embargo árabe ao petróleo na década de 1970 e os seguidos ✅crashes nos preços do petróleo nos últimos cinco anos, a Opep ainda está de pé. Entre os pactos da ✅commodity, trata-se de um “gato proverbial de várias vidas” que continua sobrevivendo apesar dos prognósticos de sua morte, mesmo após o desfalecimento de todas as outras formas de cartéis.

💥️Inimigos dos sauditas, como Catar e Irã, ficaram à margem na Opep

Por outro lado, à medida que o poder mundial da Arábia Saudita crescia, seus arquirrivais se viram cada vez mais isolados nas tratativas de alto nível dentro da Opep, o que resultou na saída do Catar e na agora problemática posição do Irã, que enfrenta um embargo dos EUA sobre seu petróleo, enquanto os sauditas observam tudo impassíveis – ou melhor, cheios de júbilo, como dizem alguns.

Os sauditas também estão pouco preocupados com o destino de outro grande membro da Opep: a Venezuela, que da mesma forma foi alvo das sanções norte-americanas.

De volta ao Secretário-Geral, Barkindo, ele tem pouca autonomia na Opep, o que torna seu lembrete aos membros do grupo ainda mais divertido, durante sua visita a Teerã esta semana. Barkindo disse que os membros do cartel deveriam deixar seus “passaportes [em] casa ao vir para esta organização”.

💥️Putin pode ter mais influência na Opep do que o Secretário-Geral, Barkindo

Em todo caso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que não participou de nenhuma reunião do cartel petrolífero, provavelmente tem mais influência na organização do que Barkindo, ex-diretor da petrolífera estatal nigeriana.

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Por enquanto, os sauditas parecem estar em melhores condições entre os três, já que têm os russos ao seu lado e Trump atuando, ainda que inadvertidamente, para manter o petróleo em torno de US$ 70 por barril através dos seus embargos, com seu inimigo favorito, o Irã, fora de jogo.

Para analistas que cobrem a Opep, a relação entre os sauditas e os iranianos deve ser um enigma, em razão da sua fachada como produtores irmanados pelo bem comum de uma ✅commodity vital, ao mesmo tempo em que se mostram prontos a atuar um contra o outro na primeira oportunidade.

Dividindo ainda mais uma Opep já fraturada, Putin apoia o presidente em exercício da Venezuela, Nicolás Maduro, que Trump tenta derrubar através do seu apoio ao oposicionista Juan Guaidó.

💥️Irã tentará dificultar ao máximo a situação dos sauditas

No início desta semana, o ministro do petróleo do Irã, Bijan Zangeneh, afirmou:

“Usar o petróleo como uma arma contra dois membros fundadores da Opep (Irã e Venezuela) transformará a unidade desta organização em divisão, desencadeando a dissolução e o colapso da Opep.”

“Eles têm que aceitar a responsabilidade por tudo isso.”

O ministro não especificou a quem direcionava suas palavras, embora pareça estar culpando o triunvirato entre EUA, Arábia Saudita e Rússia como um todo.

No entanto, o Irã tem dito que não irá seguir o exemplo do Catar e deixar a Opep.

John Kilduff, sócio fundador do ✅hedge fund de energia Again Capital, de Nova York, também achou que fazia sentido para Teerã permanecer no grupo.

Kilduff disse ainda:

“Acredito que eles querem manter sua presença na mesa, fazer ouvir sua voz e dificultar ao máximo a situação para a Arábia Saudita.”

O que nos leva ao argumento sustentado por Todd Horwitz, fundador e estrategista-chefe da Bubba Trading, que descreveu a Opep como “nada mais que uma falsa organização”.

Horwitz disse que, como os EUA estão aumentando sua produção petrolífera, a Opep não “tinha nada mais a fazer”, pois “não conseguia mais ameaçar os americanos com a retenção do [seu] petróleo”.

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