Vale sofre com novo risco de rompimento de barragem; corretoras analisam impactos na empresa

De acordo com a Vale, o rompimento poderá ocorrer entre 19 e 25 de maio

💥️Por Arena do Pavini

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) fez uma recomendação à mineradora 💥️Vale (💥️VALE3) para que a empresa adote “imediatamente” uma série de medidas para deixar claro à população de Barão de Cocais (MG) sobre os riscos de rompimento da barragem de mineração Sul Superior, da Mina de Gongo Soco. De acordo com a Vale, o rompimento poderá ocorrer entre 19 e 25 de maio.

A Vale informou que fará simulado de evacuação com os moradores de Barão de Cocais no próximo sábado, 18 de maio, às 15 horas. A mina está inativa e esgotada desde 2016.

Mina inativa e menor risco de mortes

Para a Bradesco Corretora, o risco maior é de danos materiais e ambientais, já que a empresa já tomou as providências para evitar novas mortes como em Brumadinho.

E, como a mina está inativa, o anúncio não deve afetar a produção da empresa, lembram os analistas do Bradesco. Para eles, os efeitos de Brumadinho ainda pesam sobre as ações da Vale.

O reconhecimento de R$ 4,3 bilhões de perdas no balanço do primeiro trimestre foi um passo positivo e pode melhorar a confiança dos investidores.

Vale

A Vale também deverá manter posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo

A ação da Vale é a principal indicação da corretora na área para a América Latina, com preço justo de R$ 66,00. Ontem, o papel sofreu com a notícia e com o mercado em geral e caiu 3,32%, para R$ 46,40.

Também para o BB Investimentos, é difícil antecipar quais os efeitos desse evento. No caso de um colapso, a lama cairia em uma cava de 1,5 quilômetro. Entretanto, dependendo de seu estado de liquefação, esta lama poderia avançar em maior ou menor velocidade a um raio maior ou menor de distância.

O banco destaca que a área chamada de Zona de AutoSalvamento (ZAS) compreende um raio de 10 quilômetros, o que daria um tempo de 30 minutos para a saída das pessoas. E como as pessoas já foram removidas da área, o risco humano poderia ser minimizado. O BB Investimentos tem recomendação de compra para o papel e preço-alvo de R$ 62,00.

A informação sobre o risco de rompimento foi obtida pelo MPMG junto à própria minerador que descreveu em documento “uma deformação no talude norte da Cava de Gongo Soco, na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, passível de provocar a sua ruptura, gerando vibração capaz de ocasionar a liquefação da Barragem Sul Superior, levando ao rompimento da estrutura e, por conseguinte, danos sociais e humanos imensuráveis para a região”.

Segundo nota do MPMG, divulgada nesta quinta-feira (16), a Vale deve comunicar “por meio de carros de som, jornais e rádios, informações claras, completas e verídicas” sobre a condição estrutural da barragem.

O Ministério Público quer que moradores e pessoas que estejam transitoriamente na cidade, no sudeste de Minas Gerais, saibam dos “potenciais danos e impactos de eventual rompimento”.

A recomendação assinala que a empresa deve fornecer “total apoio logístico, psicológico, médico, bem como insumos, alimentação, medicação, transporte e tudo que for necessário” às pessoas eventualmente atingidas.

A Vale também deverá manter posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.

Defesa Civil orienta população em Barão de Cocais (Prefeitura Municipal de Barão de Cocais/Divulgação)

Os postos deverão “contar com equipe multidisciplinar preparada para acolhimento, atendimento e atuação rápida e pronta a serviço dos cidadãos”.

Em comunicado, a Vale ressalta que “não há elementos técnicos até o momento para se afirmar que o eventual escorregamento do talude Norte da Cava da Mina Gongo Soco desencadeará gatilho para a ruptura da Barragem Sul Superior”.

Em 8 de fevereiro, a Vale acionou nível de alerta 2 para a Barragem Sul Superior e “desde então […] vem mantendo interlocução com as comunidades, prefeituras, defesas civis, empresas e demais órgãos competentes da região”.

Naquela data, diz a Vale, cerca de 400 pessoas da Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem – comunidades de Piteiras, Socorro, Tabuleiro e Vila do Gongo “haviam sido removidas preventivamente e foram acolhidas em moradias provisórias”, alugadas pela empresas, hotéis, pousadas da região e casa de familiares.

Em 23 de maio, o nível de alerta passou de 2 para 3, com o acionamento das sirenes no município. Dois dias depois, moradores do município chegaram a simular fuga da área que pode ser atingida.

Com informações da Agência Brasil.

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