A Opep manterá a consistência das suas mensagens até a próxima reunião decisiva?
“A bem da verdade, não havia qualquer expectativa de que fosse tomada uma decisão importante na reunião de Jidá”
💥️Por Barani Krishnan/ysoke.com
Se o comportamento dos preços foi digno de champanhe à primeira vista, é porque a mensagem inicial também transmitia a mesma empolgação, graças à sua unidade e coerência.
O ministro de energia da Arábia Saudita, Khalid Falih, ao concluir a reunião preliminar da Opep+ em Jidá, afirmou que o reino não tinha planos de elevar a produção de O efeito combinado das manifestações dos três ministros na imprensa especializada provocou um pico de US$ 1,20 no barril de “O desejo da poderosa indústria petrolífera russa, liderada pelo CEO da Rosneft PJSC, Igor Sechin, que tem influência no Kremlin, é poder impulsionar sua produção” (Imagem: Pixabay) A partir dessa entrevista com Novak, a Bloomberg produziu uma matéria que mais parecia uma peça semiopinativa, sugerindo que Putin também poderia querer opinar sobre a política da Opep+. No Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, realizado em junho do ano passado, Putin declarou que a Rússia “não estava interessada em aumentar indefinidamente o preço da energia e do petróleo”, lembrou a Bloomberg aos seus leitores. A edição de 2023 desse mesmo fórum está marcada para 6 a 8 de junho e, novamente, os russos demonstram estar satisfeitos com um preço do petróleo um pouco abaixo do que os sauditas preferem. Para Moscou o barril a US$ 60 já é suficiente, enquanto que para Riad qualquer valor abaixo de US$ 80 lhe traria sérias dificuldades, em suas palavras. A Bloomberg disse ainda que a Rússia praticamente não cortou sua oferta como se esperava e atingiu sua meta oficial apenas neste mês. Portanto, a remoção do excesso de conformidade significaria que Moscou permaneceria exatamente como está hoje. O desejo da poderosa indústria petrolífera russa, liderada pelo CEO da Rosneft PJSC, Igor Sechin, que tem influência no Kremlin, é poder impulsionar sua produção. Isso nos leva à questão: será que a Opep é capaz de manter a consistência das suas mensagens até a reunião mais importante de 25-26 de junho, que decidirá sobre o que o cartel de 14 membros e seus 10 aliados farão com a produção na segunda metade do ano? John Kilduff, sócio fundador do ✅hedge fund de energia Again Capital, de Nova York, disse ao ysoke.com, em uma entrevista recente, que será cada vez mais difícil para Riad obrigar todos os produtores de petróleo a cumprir sua decisão, exceto, obviamente, os EAU e alguns outros membros da Opep satisfeitos em seguir a autoridade da Arábia Saudita, ao invés de exercer sua própria autonomia. Gráfico Diário Brent & Powered by TradingView 💥️Segundo Kilduff: “Exceto pelos sinais de fumaça, os russos não poderiam ter deixado mais claro que gostariam de elevar a produção assim que os preços do petróleo estivessem acima de determinado patamar, e o consenso é que o Brent acima de US$ 70 seria esse patamar.✅“ 💥️Ainda segundo o analista: “Eu acredito que os sauditas terão bastante dificuldade para cortar o fornecimento unilateralmente sem o apoio dos russos, já que todos aproveitarão para exportar mais barris à custa deles.” Em uma entrevista à CNBC, na segunda-feira, Novak afirmou que o mercado petrolífero estava “muito instável” e que isso dificultava ainda mais a definição de uma política de longo prazo. Ele apontou especificamente para as sanções contra o Irã, que acirraram perigosamente os ânimos na região, e a guerra comercial EUA-China, que poderia impactar a economia mundial. Isso nos leva a outra questão: será que Riad, por si só, será capaz de aguentar a pressão global para aumentar a produção, em especial do presidente dos EUA, Donald Trump? Kilduff acredita que a resposta para isso depende da vontade que os sauditas têm de manter viva a imagem de democracia na Opep e de mostrar que não se trata de um clubinho individual. Ele disse: “Os sauditas querem dar a impressão de que ainda há unidade dentro da Opep. Mas como eles podem ganhar o apoio de parceiros estratégicos, como o Irã, no momento em que a animosidade entre os dois encontra-se em um nível tão terrível?” “E os sauditas só podem culpar a si mesmos por isso, já que apoiaram as sanções dos EUA ao Irã.” Em uma matéria nesta segunda-feira, a Bloomberg lembrou o mercado de que, há apenas um ano, em outra reunião da Opep+ em Jidá, Falih havia adotado um discurso bastante parecido de que não elevaria a produção. Mas, pressionado por Trump e Putin, mudou completamente o discurso – e pode fazer isso novamente.💥️Está cada vez mais difícil para os sauditas fazer com que todos sigam sua decisão
💥️O desejo saudita de um consenso na Opep pode fazer o país pesar a mão nas elevações
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