Visita do premiê do Japão ao Irã pode surpreender antes da reunião da Opep

Da terra do sol nascente vem a nova esperança do Irã. E possivelmente o pesadelo da Opep no curto prazo

💥️Por Barani Krishnan/ysoke.com

Da terra do sol nascente vem a nova esperança do Irã. E possivelmente o pesadelo da Opep no curto prazo.

Enquanto o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e seu eminente ministro da energia, Khalid al-Falih, estão em uma fascinante ofensiva para convencer o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que serão necessários mais cortes de Moscou para salvar os preços do petróleo de um colapso, o Irã está estendendo o tapete para receber um convidado igualmente importante.

💥️Primeiro Ministro do Japão visitará o Irã para selar a paz por Trump

O primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, estará em Teerã a partir de hoje até sexta-feira para tratativas com o presidente Hassan Rouhani, antes de se encontrar com o líder supremo do país, o aiatolá Seyyed Ali Khamenei. Como primeiro premiê japonês a pisar em solo iraniano desde a Revolução Islâmica de 1979, a visita de Abe será histórica mesmo sem o que ele espera atingir: selar a paz entre Teerã e Washington.

Shinzo Abe, estará em Teerã a partir de hoje até sexta-feira para tratativas com o presidente Hassan Rouhani, antes de se encontrar com o líder supremo do país (Reprodução: Facebook de Shinzo Abe)

O ex-diplomata iraniano Jalal Sadatian, ao comentar sobre a visita de Abe em uma entrevista ao ✅site Iranian Diplomacy, deixou claro que o premiê japonês não estava na cidade para preparar um novo acordo nuclear mundial que pudesse restabelecer as relações entre os governos de Rouhani e Trump.

Segundo Sadatian:

“Iraque, Kuwait, Omã, Suíça e Japão não estão levando o Irã e os EUA para a mesa de negociações na expectativa de um resultado similar ao do período Obama.”

Ele estava se referindo ao Plano Global de Ação Conjunta, acordo emblemático de Obama com o Irã, que Trump rasgou logo após assumir o cargo, chamando-o de “um acordo horrível, que beneficia apenas um lado e que nunca deveria ter sido feito”.

Além do Japão, os outros países mencionados por Sadatian tentaram ajudar a restaurar as relações entre Teerã e Washington, que atingiram seu pior nível em quatro décadas depois que Trump cancelou o acordo nuclear da era Obama em maio de 2018 e impôs sanções às exportações petrolíferas iranianas. Paralelamente, o Ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, também está no Irã para tentar salvar o acordo nuclear original de 2015.

Sadatian afirmou que Abe tentaria aliviar as repercussões da crise EUA-Irã que estavam sendo sentidas em todo o mundo. As tensões geopolíticas se acirraram no Oriente Médio no mês passado, devido ao fato de os EUA terem reforçado sua presença militar no Golfo Pérsico, antecipando-se ao que disseram se tratar de um possível ataque iraniano.

O Pentágono também acusou a Guarda Revolucionária Iraniana de sabotar quatro petroleiros no Golfo no fim de maio. O Irã tem negado ambas as acusações.

Entre os efeitos das tensões entre EUA e Irã está o impacto nos preços do petróleo, que pode estar mais alto do que o desejado em razão desse enfrentamento.

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Os futuros de petróleo atingiram as máximas de 2023 no mês passado, com o West Texas Intermediatealcançando US$ 66,60 por barril e o Brent, US$ 75,60. Trump já deixou claro, em diversos tuítes, que não gosta da Opep nem do seu estilo de gestão dos preços do petróleo através de cortes de oferta.

A visita de Trump a Tóquio aumentou ainda mais as especulações de que o presidente norte-americano poderia fechar um acordo com Teerã, já que Abe se ofereceu para mediar a crise pessoalmente. Trump chegou até a sugerir, naquele momento, que os iranianos estariam dispostos a conversar, o que foi rechaçado pelo governo Rouhani logo em seguida.

Mas a presença de Abe em Teerã pode fazê-los mudar de ideia.

Sadation reconheceu isso em sua entrevista ao ✅site Iranian Diplomacy, embora tenha reduzido a importância do papel do premiê japonês como adido de Trump.

O ex-diplomata afirmou que, “embora essa posição da Casa Branca não seja confiável”, a presença de Abe “pode ser um sinal de atmosfera positiva […], capaz de pelo menos atenuar as tensões”.

O suplente do Ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, e um parlamentar de Teerã, Mohammad Hossein Farhangi, concordaram em declarações separadas.

Araqchi afirmou em uma entrevista à NHK:

“O Japão pode conseguir fazer com que os americanos compreendam a situação atual.”

Farhangi complementou:

Em vista da retirada de autoridades americanas, o primeiro ministro japonês pode transmitir uma nova mensagem em seu nome, porque são os americanos que precisam agir de boa-fé”.

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