Direitos autorais de Dylan e Adele garantem oferta de títulos
Esta não é a primeira vez que direitos autorais de artistas são usados como garantia para títulos de dívida. David Bowie foi pioneiro nesse tipo de acordo no fim da década de 1990. (Imagem: Michael Nagle/Bloomberg)
Sua música favorita do Green Day ou do Guns N’ Roses pode ajudar que investidores de um novo título de dívida garantido por ativos sejam remunerados.
A organização de direitos de execução SESAC planeja uma oferta de títulos no valor de US$ 560 milhões, garantidos por ativos como acordos de licenciamento. Esses acordos permitem que lugares como bares, lojas de varejo ou academias de ginástica reproduzam músicas populares. É o primeiro negócio desse tipo da empresa, que tem financiamento da Blackstone e que conta com Bob Dylan, Adele e Neil Diamond entre seus cerca de 35 mil artistas. Quando a SESAC fecha um acordo de licenciamento, a empresa cobra os direitos autorais e realiza os pagamentos para os artistas.
A oferta, que é liderada pela Guggenheim Securities, deve ser precificada já na semana que vem, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, que não está autorizada a falar publicamente e por isso pediu para não ser identificada. A Kroll Bond Rating Agency espera avaliar a oferta em BBB-, a mais baixa classificação de grau de investimento, enquanto a Morningstar Credit Ratings atribuiu uma nota preliminar BBB, que está um degrau acima.
Os títulos vão ser oferecidos em duas tranches: um título de taxa variável de US$ 30 milhões e uma parcela de taxa fixa de US$ 530 milhões. Em relatório de classificação antes da oferta, a Morningstar destacou como fator positivo a longa trajetória de crescimento da receita da SESAC e capacidade de retenção de artistas.
Mas a Morningstar disse estar preocupada com os altos níveis de endividamento da companhia em relação aos fluxos de caixa e ao crescimento mais fraco da receita com direitos de transmissão de rádio e televisão, já que mais consumidores agora usam serviços de streaming on-line.
Esta não é a primeira vez que direitos autorais de artistas são usados como garantia para títulos de dívida. David Bowie foi pioneiro nesse tipo de acordo no fim da década de 1990, quando securitizou os direitos autorais de seu catálogo de músicas em um modelo que mais tarde foi replicado por músicos como James Brown e The Isley Brothers.
A Blackstone pagou US$ 1,125 bilhão para comprar a SESAC em 2017, segundo a fonte. É o terceiro maior grupo de direitos de execução, atrás das organizações sem fins lucrativos American Society of Composers Authors and Publishers e Broadcast Music.
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