Porta-voz: Bolsonaro emitiu opinião pessoal sobre Fernando Santa Cruz
Mais cedo, durante uma ✅live no Facebook, Bolsonaro disse que Fernando Santa Cruz, que era militante de esquerda durante o regime militar (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)
O porta-voz da Presidência da República, 💥️Otávio Rêgo Barros, disse hoje (29) que 💥️Jair Bolsonaro expressou uma opinião pessoal sobre o desaparecimento do advogado Fernando Santa Cruz, pai do presidente da💥️ Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
Mais cedo, durante uma ✅live no Facebook, Bolsonaro disse que Fernando Santa Cruz, que era militante de esquerda durante o regime militar (1964-1985), foi morto por integrantes da Ação Popular, um grupo de luta armada contra o regime e não pelas Forças Armadas.
“Como ele disse na ✅live, ele fez contato com algumas pessoas na ocasião, conheceu do tema, na ocasião, e foi a partir desse contato que ele expressou a sua opinião”, disse Rêgo Barros.
Relatório da CNV
Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o ex-delegado do DOPS/ES, Cláudio Guerra disse, em depoimento dado no dia 23 de julho de 2014, que o corpo de Fernando Santa Cruz foi transportado da chamada Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e assassinato criado pelos órgãos de governo durante o regime militar, localizado em Petrópolis (RJ), para a Usina Cambahyba, no norte fluminense, local onde teria sido incinerado, junto com corpos de outros militantes políticos contrários ao regime.
Ainda segundo o relatório da CNV, Fernando de Santa Cruz e Eduardo Collier Filho, ambos militantes da APML [Ação Popular Leninista-Marxista], foram
presos por agentes do DOI-CODI/RJ em 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro. Os órgãos oficiais do regime alegaram, segundo a comissão, que ambos os militantes políticos se encontravam foragidos e jamais admitiram suas prisões.
Perguntado por jornalistas se o presidente da República estaria contestando a versão oficial sobre o episódio, contida no relatório da CNV, Otávio Rêgo Barros repetiu que a posição de Bolsonaro já havia sido explicitada. “O presidente, sobre esse assunto, já se expressou na saída do Palácio do Alvorada, hoje pela manhã, incluindo a presença dos senhores jornalistas e, posteriormente, a complementou em uma ✅live em rede social à tarde”.
Santa Cruz vai ao STF
No final da tarde, a assessoria da OAB informou que o presidente da entidade vai interpelar Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) “para que o presidente esclareça as informações que diz ter sobre a morte de seu pai, reconhecido como desaparecido. As circunstâncias do seu desaparecimento nunca foram esclarecidas pelo Estado”.
Pelo Twitter, Felipe Santa Cruz criticou Bolsonaro pelo tom com o qual se referiu ao seu pai. “O mandatário da República deixa patente seu desconhecimento sobre a diferença entre público e privado, demostrando mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia. É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão. Lamentavelmente, temos um presidente que trata a perda de um pai como se fosse assunto corriqueiro – e debocha do assassinato de um jovem aos 26 anos. Meu pai era da juventude católica de Pernambuco, funcionário público, casado, aluno de Direito”, escreveu.
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