Bilionário polonês lança projeto verde no polo de carvão europeu
A poluição do ar na Polônia aumenta com o clima frio, que às vezes dura mais de seis meses. Alguns poloneses que vivem em cidades menores e no campo não queimam apenas carvão e madeira, mas também lixo (Imagem: Dhiraj Singh/Bloomberg)
Zygmunt Solorz, um bilionário polonês avesso à mídia dono de usinas a carvão e de uma rede de TV, falou sobre um assunto inesperado: ecologia.
Solorz, que construiu sua fortuna de US$ 2,5 bilhões nos segmentos de telefones celulares e televisão, planeja criar uma associação chamada Programa Polônia Limpa, com o objetivo de incentivar os poloneses a se preocuparem mais com o ar limpo.
A maior economia do leste europeu possui 36 das 50 cidades mais poluídas do bloco. A poluição, cujos níveis em algumas cidades polonesas às vezes excedem os de Pequim ou de Nova Déli, agora é uma grande questão social no país, que depende do carvão para 80% de seu consumo de energia.
Solorz “vive nos arredores de Varsóvia e enfrenta a própria poluição todos os dias”, disse seu porta-voz Tomasz Matwiejczuk à Bloomberg News por telefone. Ele acrescentou que os recursos investidos por Solorz serão anunciados quando a associação for registrada no tribunal.
O bilionário de 63 anos, cujo principal ativo é a plataforma de mídia e telecomunicações Cyfrowy Polsat, diz que suas empresas estão reduzindo a pegada de carbono, com a substituição do lignito — carvão com alto teor de carbono — por combustível de biomassa, investimento em energia solar e transição para carros elétricos. Solorz também planeja usar sua emissora Polsat para promover a iniciativa verde.
Os depósitos de lignito da concessionária ZE PAK, controlada por Solorz, estão se esgotando, e cada vez mais empresas polonesas se tornam verdes, já que o salto dos preços das licenças de dióxido de carbono eleva os custos de energia.
A poluição do ar na Polônia aumenta com o clima frio, que às vezes dura mais de seis meses. Alguns poloneses que vivem em cidades menores e no campo não queimam apenas carvão e madeira, mas também lixo.
Instituições de caridade bilionárias e iniciativas sociais são comuns em todo o mundo. Bill Gates, cuja fundação é a maior do mundo, e Warren Buffett, que prometeu doar a maior parte de sua riqueza, foram seguidos no início deste ano por MacKenzie Bezos, que prometeu doar pelo menos metade de sua fortuna de US$ 36,6 bilhões após seu divórcio do CEO da Amazon.com, Jeff Bezos.
“Sou pai e avô”, disse Solorz em comunicado. “Quero dar às minhas netas a chance de viver em um mundo que não é apenas moderno, mas também limpo.”
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