Parlamento passa a comemorar todos os anos o 25 de novembro. Chega queria feriado nacional &
PSD, IL e Chega aprovaram esta terça-feira uma deliberação do CDS-PP para que a 💥️operação militar de 25 de novembro de 1975 seja assinalada anualmente na Assembleia da República, iniciativa que mereceu a oposição das bancadas de esquerda.
Após a votação, em que a deputada do PAN, Inês de Sousa Real se absteve, os representantes do CDS-PP e do Chega aplaudiram longamente, de pé, a aprovação desta iniciativa da bancada democrata-cristã.
💥️Maior consenso mereceu a deliberação da Iniciativa Liberal no sentido de que a Assembleia da República assinale com uma sessão solene o cinquentenário do 25 de novembro de 1975, integrando este momento nas comemorações dos 50 anos da revolução de 25 de Abril de 1974.
PSD, PS, Chega e Iniciativa Liberal votaram a favor do texto proposto pela Iniciativa Liberal, que teve a oposição do PCP e do Bloco de Esquerda, e a abstenção do Livre e da deputada do PAN.
Resultado diferente teve a 💥️deliberação do Chega para que o 25 de novembro passasse a ser feriado nacional em Portugal — uma proposta que apenas teve o apoio dos dois deputados do CDS-PP e a abstenção da Iniciativa Liberal. Contra a iniciativa do Chega votaram o PSD, PS, Bloco de Esquerda, PCP, Livre e PAN.
Em plenário, ao longo de cerca de duas horas travaram-se vários debates acesos em torno do significado histórico do 25 de novembro de 1975, sobretudo opondo CDS, PSD e Chega ao PCP e Bloco de Esquerda.
O líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, apresentou a sua deliberação com elogios à ação de militares como Jaime Neves e o antigo Presidente da República Ramalho Eanes no 25 de novembro. Enalteceu também civis como os líderes de então do PS, PPD e CDS, respetivamente Mário Soares, Francisco Sá Carneiro e Freitas do Amaral. Em contraponto, Paulo Núncio falou na derrota da extrema-esquerda e do Processo Revolucionário em Curso (PREC), evitando-se “um caminho para o totalitarismo” em Portugal.
O presidente da bancada do Chega, Pedro Pinto, acusou o PCP de ter ilegalizado o PDC (Partido da Democracia Cristã) e de ter procurado “instaurar uma ditadura soviética, invadido herdades e apontado armas à cabeça de agricultores”.
Com uma visão diametralmente oposta, 💥️o deputado do PCP António Filipe acusou a direita parlamentar de procurar reescrever a História e tentar “branquear” o regime do Estado Novo, observando que a reforma agrária prosseguiu após o 25 de novembro e que a própria Constituição foi aprovada pelos comunistas em abril de 1976, “à qual o CDS se opôs”.
António Filipe assumiu que, na sua perspetiva, o 25 de novembro de 1975 abriu caminho “a um processo contrarrevolucionário”, mas salientou que o objetivo do seu partido foi “impedir a guerra civil” em Portugal e que os comunistas continuaram a ser alvo de violência política mesmo em democracia, lembrando então “atentados bombistas” e atos de destruição das sedes do PCP.
Pela parte do 💥️Bloco de Esquerda, Joana Mortágua defendeu a tese de que quem tenta valorizar o 25 de novembro “diz 25 de abril, mas…”. “O 25 de Abril de 1974 foi uma revolução popular, fez-se contra o colonialismo, contra os latifúndios e contra um regime económico dos monopólios. O povo foi ator da explosão revolucionária. O 25 de Abril foi a construção de um sujeito histórico novo”, advogou.
Para a dirigente do Bloco de Esquerda, com o 25 de novembro, a direita parlamentar quer “reabilitar o Estado Novo e diabolizar o Processo Revolucionário em Curso (PREC)”. “Quem quer comemorar o 25 de novembro é quem não tem coragem de comemorar o 28 de maio de 1926”, que instaurou o regime do Estado Novo, completou.
O deputado do 💥️PSD Bruno Vitorino elogiou a iniciativa do CDS-PP, dizendo que “a democracia e a liberdade não caíram do céu”, que o 25 de Abril de 1974 “não tem donos” e que foi o 25 de novembro de 1975 quem consolidou o regime de democrático em Portugal.
Em relação ao período do PREC, Bruno Vitorino lembrou episódios como o cerco à Assembleia da República, a ocupação de terras, entre outros, mas também se referiu a alegadas ameaças atuais à liberdade proveniente de quem quer sujeitar “crianças a experiências sociais” nas escolas e de quem visa impor “uma cultura de ativismo” própria de “radicais esquerdistas, muitas vezes pagos com os nossos impostos”.
Neste período do debate, o porta-voz do 💥️Livre, Rui Tavares, que ao longo do debate defendeu a necessidade de uma análise distanciada da História e rejeitou uma equivalência entre os 25 de Abril e o 25 de novembro, questionou Bruno Vitorino se sabia de que lado tinha estado o MRPP durante o PREC, lembrando que do MRPP saíram depois alguns dos futuros dirigentes do PSD.
Nuno Melo fala em “deliberação histórica”
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, considerou histórica a deliberação do parlamento para que a operação militar de 25 de novembro de 1975 seja celebrada anualmente na Assembleia da República, destacando que se trata de “um exercício de justiça”.
💥️“É uma deliberação histórica. 49 anos depois, através de uma proposta do CDS, foi hoje aprovado, na Assembleia da República, aquilo que é um exercício de justiça: Portugal vai passar a ter todos os anos a comemoração do 25 de novembro”, disse o atual ministro da Defesa à Lusa, numa visita à Feira Nacional da Agricultura (FNA), em Santarém.
Nuno Melo argumentou que 💥️esta deliberação permite fazer justiça aos heróis ”que consagraram a democracia em Portugal, enaltecendo também o papel do CDS enquanto “partido fundador da democracia”. “O CDS permite, através desta deliberação, que seja feita justiça aos nossos heróis, aqueles que permitiram a consagração da democracia”, destacou.
Nuno Melo destacou ainda a💥️ importância dos agricultores na concretização do 25 de novembro, referindo que a CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) é uma consequência direta dessa data. “O 25 de novembro concretiza-se no plano político, militar, e também através de movimentos de cidadãos, muito deles agricultores (…) a CAP é uma decorrência do 25 de novembro”, disse.
✅(Notícia atualizada às 20h58 com declarações de Nuno Melo)
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