Ganhos dos grãos agora já projetam safras 1920 maiores de soja e milho

Soja e Milho

Bom momento dos grãos empurram expectativas futuras (Imagem: REUTERS/Inae Riveras)

As condições favoráveis aos dois principais grãos brasileiros estão já elevando as projeções para a próxima safra. A soja reafirma sua importância em liquidez e preços, com a guerra comercial sino-americana sem revelar solução (ainda dando força ao dólar no mundo), mais as condições erráticas da safra dos Estados Unidos, e o milho se beneficia mais da segunda variável.

Ao término do vazio sanitário entre 10 e 15 de setembro – período no qual é proibido semear para mitigar a incidência da ferrugem asiática -, a safra de soja 19/20 caminha para uma área de 37 milhões de hectares. A passada alcançou 36,4 milhões/ha.

Ainda seguindo a avaliação do consultor Vlamir Brandalizze, o milho, por sua vez, pode ter um ganho de 300 mil hectares na safra de verão, para 5,5 milhões de hectares. O Sul deverá fazer 1,4 milhões/ha, crescimento de 250 mil.

E mesmo o safrinha de inverno de 2023 poderá aferir expansão territorial.

Fora do cenário por enquanto estão as condições climáticas.

Soja

Enquanto os chineses se voltam ao Brasil para as compras da oleaginosa com os EUA fora das vendas, com reflexos nos portos entre R$ 83/85,00, Brandalizze também acentua que o o último relatório do Departamento de Agricultura (USDA), no próximo dia 12, pode confirmar a colheita prevista abaixo das 104,6 milhões de toneladas. Essa foi a marca do relatório de julho.

No ciclo passado, alcançou 20 milhões de toneladas a mais, o que mostra o impacto da possível quebra dos EUA alinhada às questões da disputa comercial com os chineses. Em área o CEO da Brandalizze Consulting alimenta expectativa, baseada também no USDA, de no máximo 34 milhões/ha, bem abaixo da safra anterior.

Ele alerta, contudo, que muito se fala no Brasil de “quebra geral” nos últimos dias, com chuvas de granizo em várias regiões americana, mas não é tudo isso, da mesma forma que áreas muito vistosas em Iowa também não exprimem o todo. “Acredito mais em 50% de área boa e em excelente qualidade e a outra metade ruim ou péssima”, diz, lembrando que o USDA também trabalha com essa média.

Milho

O cereal também está num bom momento exportador, tanto que 80% da atual safrinha já foi negociada.

E sendo que o consumo interno é bem mais elástico que o da soja, Vlamir Brandalizze lembra que “deve estar deixando os produtores de ração com a pulga atrás da orelha”. Se encurtar a oferta interna pela demanda externa, os preços disparam.

Foi o mais prejudicado no plantio da atual safra americana, onde houve revezamento de muitas/relativa seca/chuvas abaixo do normal. A produção pode vir aquém das 351,1 milhões/t no relatório do USDA deste mês, contra as mais de 363 milhões/t da anterior.

As cotações nos portos são consideradas boas. Brandalizze registra de R$ 41,50/42,00 a saca.

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