IBGE reduz previsão de safra de café do Brasil, enquanto colheita segue para o fim

Café

“Em Minas Gerais, na passagem de junho para julho, a estimativa da produção declinou 1,7% (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Brasil deverá produzir 52,1 milhões de sacas de café em 2023, estimou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), queda de 1% ante a estimativa do mês anterior, com uma colheita menor do que o esperado em Minas Gerais e no Paraná.

Para o café arábica, a produção foi estimada em 36,7 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 1,4% em relação ao mês anterior.

“Em Minas Gerais, na passagem de junho para julho, a estimativa da produção declinou 1,7%… No Paraná, a estimativa da produção também apresentou declínio de 5,8%”, disse o IBGE em nota.

Na comparação com o ano passado, a produção total de café (arábica e robusta) do maior produtor e exportador global deverá cair 13,1% & em 2018 o país estava no ano positivo da bienalidade do arábica.

“Em relação a 2018, a produção do café arábica recuou 18,2%, o que é esperado em um ‘ano de baixa’, devido à bienalidade característica da espécie”, disse o IBGE.

Segundo o órgão, à medida que os trabalhos de colheita avançam no campo, “tem-se um quadro mais fidedigno da produção cafeeira do país”.

“Como, para a atual safra, os preços não se encontravam tão atraentes, possivelmente muitos produtores reduziram os investimentos em adubação e em outros tratos culturais, resultando em uma produtividade menor”, destacou em relatório.

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Para o café robusta, mais conhecido no Brasil como conilon, a produção foi estimada pelo IBGE em 15,3 milhões de sacas de 60 kg, estável ante o mês anterior, mas com aumento de 2,3% ante 2018.

Colheita supera 90% do total

A colheita de café da safra 2023 havia atingido 93% do total até o dia 6 de agosto, informou nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado. Na semana anterior, o índice era de 89%.

A Safras, contudo, tem uma projeção superior à do IBGE, prevendo 58,9 milhões de sacas de 60 kg para a colheita total.

A colheita está adiantada em relação ao ano passado, quando 88% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos também estão adiantados frente à média dos últimos cinco anos, que é de 84%, acrescentou a consultoria.

“Em muitas fazendas os trabalhos, praticamente, já terminaram, restando apenas a varreção. E alguns produtores não estão fazendo varreção, por não compensar financeiramente”, disse o consultor de Safras, Gil Barabach, em nota.

Quebra de renda (grão miúdo) e qualidade da bebida seguem com as principais queixas dos produtores, disse o analista.

“Dificuldade com cereja deve ser uma característica dessa temporada, por conta das floradas irregulares e amadurecimento muito rápido, o que impediu que o produtor fizesse uma colheita em ponto apropriado para o preparo de cereja”, disse ele em nota.

Operadores relataram à Reuters, em julho, que o Brasil está produzindo menos café de alta qualidade neste ano, apesar de uma safra relativamente grande para um ano de baixa, devido ao clima irregular, o que tem afetado alguns comerciantes que contam com o produto.

A colheita de arábica alcançou 91% da produção projetada em 40,70 milhões de sacas. No conilon, já foram retirados dos pés 99% da produção deste ano, estimada pela consultoria em 18,20 milhões de sacas.

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