Num país de muitas realidades, jornalismo é ato de serviço

Pessoas são transportadas em retroescavadeira após serem resgatadas em Porto Alegre Pessoas são transportadas em retroescavadeira após serem resgatadas em Porto Alegre Imagem: Anselmo Cunha / AFP

Na noite do último sábado, nada trivial, William Bonner na tela da TV. Muitos símbolos, para além da relação construída entre o âncora e o público, de segunda à sexta, fugindo à regra: uma aparição que realmente privilegia algo que fosse ''especial''. Na imagem, ele, dentro de uma cozinha, e muitos significados.

O primeiro e mais óbvio: o "boa noite" mais conhecido do país sendo dado direto de onde se faz refeições, repleto de voluntários. A partir da maior tragédia que o Rio Grande do Sul - e também o país - vivencia. Imagina só, não é qualquer um. É o Bonner falando diretamente com quem o assiste. Mas, naquele momento, diretamente em POA (Porto Alegre), muita gente nem sequer tinha a TV em que o acompanhava dias antes para chamar de sua. Ela foi varrida pela força da água.

O segundo significado diz respeito à semiótica e à semiologia. É sobre representação e compreensão do estado, empático ao que se vive. É sobre o que gera. Sobre quem é, quem faz, pra onde queremos levar, a partir de uma profissão que se dispõe a ser "ponte" ao outro. E num instrumento tido como "obsoleto", que é a TV. Justamente a caixinha, importante para toda uma nação. Muito mais que redes sociais hoje em dia, apesar da audiência nas plataformas. Mas convém dizer: num país de muitas realidades, é na TV que o outro se encontra.

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