Profeta do apocalipse, João Gordo canta sobre crise e apoia povo da rua
Enfrentando alguns problemas de saúde e tentando deixar o consumo de álcool de lado, João foi se aproximando do "vício do outro" por meio do projeto Solidariedade Vegan, criado por sua esposa Viviane Torrico, com a sua ajuda, no auge da pandemia de covid-19. Através do ativismo 'na prática', ele começou a mudar sua forma de ver o mundo, em especial, a visão que tinha das pessoas em situação de rua.
✅Eu realmente não conseguia enxergar o povo da rua e comecei a ver esse tipo de ação, mudou muito a minha visão. Eu era frio como qualquer paulista, e não estava nem aí, hoje em dia já é uma coisa que me toca. Sempre tenho um saco de feijão no carro. 💥️João Gordo
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O projeto de solidariedade que leva comida a pessoas em situação de rua surgiu depois que a Central Panelaço, misto de restaurante vegano e loja alternativa, criado por Gordo e Vivi fechou no auge da pandemia de covid-19.
"No começo da pandemia fechamos o restaurante e sobrou muita coisa. Resolvemos pegar o que sobrou e levamos para um pessoal debaixo do Viaduto do Glicério, os caras não tinham nem água para beber e no meio disso tudo tinha o Magrão que era um amigo nosso, um catador de papelão, isso tocou muito a Viviane, que chegou em casa chorando e toda a família se uniu para ajudar", conta João Gordo em entrevista para 💥️Ecoa.
✅Como você vai dar carne que vem cheia de maldade e crueldade para pessoas que também estão passando por maus-tratos? A comida vegana é muito mais barata.
💥️Viviane Torrico.
Fazer parte da cena de punk rock e heavy metal ajudou com que João Gordo e Torrico estimulassem bandas a participarem de iniciativas para ajudar pessoas em situação de rua - como com a ação 'Bandeirões contra o frio".
✅A iniciativa começou no inverno do ano passado. A ocupação Alcântara Machado tinha um grande problemas com pombos que entravam para defecar. As pessoas em situação de rua colocavam cobertores sujos, pesados e que não permitiam a entrada de luz nem ventilação.
💥️Viviane Torrico.
Agora, o local está protegido e decorado com os chamados backdrops das bandas. "Algumas bandas não usam [mais os bandeirões] e deixaram o local mais bonito e coberto, tendo como primeiras doações os bandeirões de Ratos de Porão, Sepultura, Krisiun, Torture Squad, Nervosa e Dead Fish. Atualmente, recebemos backdrops de algumas bandas do underground paulista", afirma Torrico.
o Pagode na Lata, que trabalha a redução de danos com usuários de crack e foi uma conexão importante para João Gordo compreender as pessoas nessa situação.✅Uma das maiores experiências foi tocar pagode no fluxo com essa política de redução de danos. Na hora que estão tocando com a gente eles não estão fumando crack. É possível entender que é uma comunidade de pessoas doentes.
💥️João Gordo.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Solidariedade Vegan (@solidariedadevegan)
✅No projeto, olhavam a gente de outra maneira, não como todo mundo olha, como um drogado, um vagabundo, muita gente passava pela gente e tapava o nariz, tinha um olhar indiferente. Há três anos que não bebo.
💥️Marco Aurélio Bini.
Punks sempre vigiaram destruição da natureza
✅"Morte pra quem defende o verde e os animais/Doenças, misérias, queimadas, devastação/Por que ninguém faz nada para os deter?/Cuidado, senão, Amazônia nunca mais!", Ratos de Porão, "Amazônia Nunca Mais" (1989)
Recentemente, em suas redes sociais o músico relembrou a composição "Extinção em Massa", que fez em parceria para a banda Krisiun, lançada no álbum de 2011, que já alertava para o que o muito difundido antropoceno, era geológica marcada pelas ações do homem na natureza.
✅No movimento punk sempre fizemos letra de apocalipse nuclear nos anos 80, sempre teve essa paranoia com o fim do mundo e com a preocupação com a natureza e o que o homem branco faz para destruir, explorando sem preocupação. Fiz essa letra após ver um documentário em que era evidente a participação do homem na sexta extinção em massa. O homem e o capitalismo em si sugam as condições naturais sem pensar em nada.
💥️João Gordo.
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