O deserto do Saara ficou verde! Veja a imagem divulgada pela NASA
Após uma chuva invulgarmente forte, o deserto do Saara ficou verde. A NASA divulgou uma imagem que mostra o fenómeno.
Apesar de ser um dos lugares mais secos da Terra, o deserto do Saara já esteve coberto de vegetação e lagos, há milhares de anos. Em 2024, uma imagem de satélite da NASA revela manchas de vida a emergir em regiões desérticas de Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.
Num acontecimento raro, estas manchas resultaram de um ciclone extratropical. Os dias 7 e 8 de setembro trouxeram chuvas torrenciais ao noroeste de África.
A imagem do Earth Observatory da NASA mostra arbustos e árvores a crescer em zonas baixas, como os leitos dos rios no Saara. De acordo com os cientistas, a vida vegetal responde rapidamente a eventos de chuva intensa no noroeste de África durante um breve período de tempo, transformando dunas de areia em paisagens verdes.
Embora [haja] um certo grau de precipitação nesta região [...] todos os verões, o que é único este ano é o envolvimento de um ciclone extratropical.
Explicou Moshe Armon, professor catedrático do Instituto de Ciências da Terra e da Universidade Hebraica de Jerusalém, segundo informações.
A culpa deste fenómeno no Saara volta a dever-se às alterações climáticas
A precipitação invulgarmente forte foi desencadeada pelo movimento para norte da cintura de chuvas tropicais, conhecida como Zona de Convergência Intertropical (em inglês, ITCZ), que se deslocou mais para norte do que o habitual.
Normalmente, as chuvas são fortes nas regiões equatoriais. Contudo, desta vez, encharcaram o deserto do Saara, tornando-o verde em certas partes.
A combinação de ventos convergentes, sol forte e água quente do oceano resulta em ar húmido e nuvens contínuas, chuva e trovoadas.
De acordo com um relatório do Washington Post, os cientistas não sabem exatamente por que motivo a ITCZ oscilou tanto para norte este ano.
Na opinião de Francesco S.R. Pausata, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Quebec, em Montreal, que estudou a temática, pode dever-se ao calor quase recorde no Oceano Atlântico Norte, aumentando a diferença de temperatura entre os hemisférios norte e sul.
Ou, então, dever-se ao facto de o aquecimento global aquecer mais o Hemisfério Norte do que o Hemisfério Sul: "o hemisfério norte, por ter mais terra do que o hemisfério sul, tende a aquecer mais e, por isso, pode empurrar a ITCZ mais para norte".
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