Reino Unido quer supervisionar o genoma para prevenir futuras pandemias

A pandemia da COVID-19 apanhou o mundo de surpresa. Para que algo semelhante não volte a acontecer, no sentido de prevenir futuras pandemias, o Reino Unido quer supervisionar o genoma.

Tendo em conta o impacto que a pandemia da COVID-19 teve no mundo, o Reino Unido está a preparar-se: o Governo anunciou uma nova colaboração público-privada, com o objetivo de desenvolver o primeiro sistema de alerta precoce para doenças pandémicas.

O Serviço Nacional de Saúde (em inglês, NHS) vai estabelecer uma parceria com a Oxford Nanopore, uma empresa sediada no Reino Unido que desenvolveu uma solução inovadora para a sequenciação de ADN. O objetivo passará por detetar infeções perigosas poucas horas depois de um surto.

Este sistema de sequenciação de ADN criado pela Oxford Nanopore é o elemento central de toda a iniciativa, uma vez que permite aos investigadores e aos médicos analisar genes e agentes patogénicos muito rapidamente.

A nova parceria envolve, também, a Genomics England e o UK Biobank. A Oxford Nanopore trabalhará com dados sobre doenças fornecidos pela Genomics England, e o UK Biobank continuará a partilhar os seus dados com a Oxford Nanopore e o Governo do Reino Unido.

Não podemos deixar que a história se repita. É por isso que esta parceria histórica com a Oxford Nanopore vai garantir que os nossos cientistas tenham na ponta dos dedos as informações mais recentes sobre ameaças emergentes.

Partilhou Wes Streeting, secretário de Estado da Saúde e da Assistência Social do Reino Unido, recordando que, uma vez que o NHS estava já de rastos aquando da pandemia da COVID-19, sofreu mais do que outros sistemas de saúde comparáveis.

Reino Unido quer prevenir, em vez de remediar

O NHS do Reino Unido quer utilizar a tecnologia da Oxford Nanopore para diagnosticar, de forma fiável, os doentes com sintomas de infeções respiratórias agudas no prazo de seis horas.

A ideia é que o sistema de diagnóstico permita às autoridades britânicas monitorizar as doenças virais e a resistência antimicrobiana, e que o NHS complete o seu processo de digitalização em curso.

A tecnologia da Oxford Nanopore utiliza poros nanoscópicos em membranas proteicas finas, deixando passar uma única cadeia de ADN para análise sem a partir em fragmentos mais pequenos.

Assim, o sistema pode identificar nucleótidos individuais em tempo real, com uma precisão de 99% em condições "ideais". A abordagem da Oxford Nanopore pode diagnosticar rapidamente vários tipos de cancro e doenças raras e infeciosas.

Esta nova tecnologia de sequenciação em tempo real já foi bem-sucedida em testes conduzidos no Hospital St. Thomas. Agora, será alargada a outras 10 a 30 unidades do NHS, em todo o Reino Unido.

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