A China conseguiu algo na Lua que nunca tinha sido feito e os EUA não poderão ter acesso
A China está a conseguir estudar a Lua e a recolher informação como, possivelmente, nunca foi conseguido. Isto é, sem pôr lá os pés, os chineses estão a trazer para a Terra amostras importantes do nosso satélite que lhes poderá dar vantagem. E não, os americanos não vão poder ter acesso ao que foi recolhido.
Lua: China estará a "passar a perna" aos EUA?
Atualmente, com a Rússia praticamente fora do momento atual de exploração espacial, cabe à China e aos EUA, "lutarem" pelo controlo da Lua. Atualmente competem pelos melhores foguetões, estabelecem planos semelhantes e até querem instalar bases lunares em cronologias semelhantes, formando assim uma competição entre os dois modelos que tem vindo a moldar uma espécie de nova Guerra Fria em que as hostilidades ainda não eclodiram.
Nos últimos meses, os dois países redobraram os seus esforços para manter uma presença importante de investigação no satélite. Agora, a sonda Chang'e 6 regressou recentemente à Terra e trouxe uma grande surpresa com amostras do lado escuro da Lua, algo que nunca tinha sido conseguido antes.
Este facto fez com que a comunidade científica internacional ficasse verdadeiramente espantada e celebrasse este marco como algo global e não exclusivamente chinês. De facto, o país asiático convidou qualquer investigador que queira analisar as provas e cooperar cientificamente.
Não, os EUA não podem tocar nas amostras, mas os chineses não têm culpa
De facto é mesmo assim, como podemos ler. Os Estados Unidos não vão poder estudar estas amostras, únicas, trazidas do solo lunar para a Terra. E não é porque a China não lhes permita fazê-lo, mas porque eles próprios estão proibidos de o fazer pela sua própria legislação.
A leia é clara, mesmo que seja difícil de perceber. Os Estados Unidos não podem aliar-se à China... mesmo que seja para um maior progresso. A Emenda Wolf de 2011 impede a NASA de cooperar diretamente com a China, pelo que a agência governamental norte-americana não pode aceder a informações da China, mesmo que o país asiático o permita sem problemas.
Durante os últimos 13 anos, os investigadores chineses pediram repetidamente aos Estados Unidos para revogar esta emenda, a fim de manter uma cooperação de apoio mútuo que poderia beneficiar ambas as partes. Contudo, até a este momento, parece que isso é impossível, especialmente considerando que as relações entre os dois países estão cada vez mais tensas.
Com 💥️dois quilos de amostras do lado escuro da Lua, o marco alcançado pela China com a sua sonda é algo que parecia impossível até agora e permitir-nos-á aprender muito mais sobre os recursos da Lua em futuras expedições de astronautas de diferentes partes do mundo. E esta amostra de solo será estudada por investigadores de todo o mundo, menos os americanos.
Qual o objetivo da criação da emenda Emenda Wolf?
A Emenda Wolf foi criada com o objetivo de pressionar a China devido à sua divergência política em relação à visão global dos EUA. Apesar disso, o país asiático conseguiu tornar-se uma das maiores potências espaciais sem problemas, tendo mesmo sido seriamente considerada a possibilidade de a China enviar uma base estável para a Lua para vencer os Estados Unidos na atual corrida espacial.
Há 50 anos que os Estados Unidos não põem os pés na Lua. No entanto, a sua missão Artemis tem como objetivo permitir que homens e mulheres cheguem ao satélite e, no futuro, possam mesmo estabelecer uma base no local.
Esta 💥️emenda até recolhe opiniões muito positivas, como referem alguns estudiosos, especialistas na matéria.
Acho que veremos uma mistura de cooperação e competição, provavelmente entre dois blocos: um liderado pelos EUA e outro pela China. E isso não é necessariamente algo mau.
Afinal, foi a competição [EUA versus União Soviética] que nos levou à Lua. Há uma competição entre os EUA e a China pela liderança global.
Disse John Logsdon, professor emérito da Elliott School of International Affairs da George Washington University e fundador e ex-diretor de longa data do Space Policy Institute da universidade.
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