Com "direitos de desenvolvimento suprimidos", China diz que EUA devem aceitar a sua ascensão

A China tem conseguido fortificar-se comercialmente, fazendo os países e blocos concorrentes temerem os seus próximos passos. Porém, na perspetiva do Presidente do país, os Estados Unidos da América (EUA), especificamente, têm de aceitar a sua ascensão, de modo que as relações "se estabilizem verdadeiramente, melhorem e avancem".

EUA e China

Numa questão que o Presidente chinês, Xi Jinping, vê como fundamental, os EUA precisam de olhar para o desenvolvimento da China "de uma forma positiva", para que as relações bilaterais "se estabilizem verdadeiramente, melhorem e avancem".

O Presidente da China reuniu-se com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em Pequim, na sexta-feira, num contexto de tensão entre os dois países que lutam pela supremacia tecnológica.

Secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, e Presidente chinês, Xi Jinping

Secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, e Presidente chinês, Xi Jinping. Foto: CNBC (junho 2023)

O pedido de aceitação do líder chinês surge na sequência de um clima de tensão entre os dois países: os EUA impuseram restrições à capacidade de Pequim para aceder a tecnologia de ponta, além de estarem muito perto de proibir o TikTok.

De facto, os últimos tempos não têm sido fáceis para a China, que vê uma série de blocos a interferir com o seu crescimento nas várias áreas.

Os direitos legítimos de desenvolvimento da China foram injustificadamente suprimidos e os nossos interesses fundamentais estão a enfrentar desafios.

Observou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, alertando os EUA para não "pisarem as linhas vermelhas da China".

Mais do que isso, partilhou que, apesar de as relações entre os EUA e a China estarem a "começar a estabilizar-se" com o aumento do diálogo e da cooperação, "fatores negativos" estão, também, a aumentar, causando "todo o tipo de perturbações".

De acordo com a imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que não há substituto para a "diplomacia cara a cara" e que ambos os países precisam de se certificar "de que somos tão claros quanto possível sobre as áreas em que temos diferenças, pelo menos para evitar mal-entendidos, para evitar erros de cálculo".

EUA e China

Relação entre os EUA e a China

Na quinta-feira, Antony Blinken reuniu-se com o secretário do Partido Comunista de Xangai, Chen Jining, e "levantou preocupações sobre as políticas comerciais e as práticas económicas não mercantis", de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.

O porta-voz Matthew Miller sublinhou, ainda, que "os Estados Unidos procuram uma concorrência económica saudável" com a China e condições equitativas para os trabalhadores e as empresas americanas que operam no país.

Espero que consigamos fazer alguns progressos nas questões em que os nossos presidentes concordaram que deveríamos cooperar, mas também clarificar as nossas diferenças, as nossas intenções, e deixar muito claro um para o outro qual é a nossa posição.

Disse Antony Blinken, acrescentando que "estamos a gerir de forma responsável a relação mais importante".

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