Milhares de cidades americanas poderão tornar-se cidades fantasma até 2100, conclui estudo
O mundo não será sempre conforme o conhecemos, atualmente. Um estudo indica que, em 2100, milhares de cidades americanas poderão tornar-se cidades fantasma...
Um novo estudo analisou os números e concluiu que, até ao final do século, quase metade das cerca de 30.000 cidades dos Estados Unidos da América (EUA) enfrentará algum tipo de declínio populacional, perdendo entre 12 a 23% da sua população residente.
De acordo com a análise, é mais provável que estas cidades do futuro se assemelhem a comunidades fraturadas, ou em expansão, do que a cidades fantasma, à medida que as populações se deslocam dentro das cidades e entre elas. Isto é, a menos que os governos locais e os gestores urbanos consigam responder e adaptar-se às necessidades em mudança dos seus residentes.
As implicações deste declínio maciço da população trarão desafios sem precedentes, possivelmente, levando a interrupções nos serviços básicos como trânsito, água potável, eletricidade e acesso à Internet.
Alertaram os investigadores, segundo o Science Alert.
O declínio da população em certos bairros pode motivar desertos alimentares; as infraestruturas negligenciadas em cidades em declínio podem também deixar as comunidades sem água potável, por exemplo.
Estudo analisou o contexto americano
A maioria dos estudos tem-se centrado nas grandes cidades, mas isso não nos dá uma estimativa da dimensão do problema
Disse Uttara Sutradhar, estudante de pós-graduação em engenharia civil da Universidade de Illinois, em Chicago, a Rachel Nuwer da Scientific American.
Os impactos potenciais do declínio das cidades vão muito além do que Uttara Sutradhar e dois colegas, Lauryn Spearing e Sybil Derrible, inicialmente se propuseram a estudar: os desafios de transporte que as cidades em apenas um estado, Illinois, poderiam enfrentar à medida que as suas populações mudam ao longo do tempo.
Assim sendo, alargaram a sua análise, de modo a incluir todos os 50 estados, baseando as suas projeções nas tendências populacionais dos dados dos censos dos EUA, em três períodos de tempo ao longo de 20 anos, e em dois conjuntos de dados que incorporam cinco cenários climáticos futuros possíveis.
Atualmente, 43% das cidades americanas estão a perder habitantes, um número que, segundo a análise, irá aumentar à medida que o século avança. Dependendo do cenário climático modelado, segundo os investigadores, até 64% das cidades poderão estar em declínio em 2100.
Além disso, as regiões do Nordeste e do Centro-Oeste serão provavelmente as mais despovoadas. O Texas e o Utah, embora estejam a crescer atualmente, também verão uma boa parte das suas cidades a perder população até 2100.
O mundo poderá ser muito diferente do de hoje
Importa ressalvar que as estimativas das tendências populacionais para décadas futuras incertas e a análise não explora os fatores económicos ou sociais que determinam as tendências projetadas. Mais do que isso, não inclui a migração.
A investigação sugere que, globalmente, o número de octogenários poderá ultrapassar o número de menores de 5 anos em dois para um até ao final do século. Estima-se que 183 dos 195 países reconhecidos poderão também ter entrado em retrocesso demográfico, com as taxas de fertilidade a descerem abaixo das taxas de substituição.
Uma vez que cada cidade terá a sua própria trajetória, enfrentando as suas próprias alterações climáticas e populacionais, os investigadores asseguram que é necessário um planeamento local.
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