Europa lança dois satélites que vão criar eclipses solares artificiais (vídeo)

Numa experiência inédita e liderada pela Agência Espacial Europeia, foram lançados dois satélites que vão simular no espaço o fenómeno dos eclipses solares. A missão Proba-3 tem como objetivo estudar o “astro-rei” de forma mais aprofundada.

Ilustração dos satélites da missão Proba-3 que irão provocar eclipses solares artificiais

Com precisão cirúrgica a milhares de quilómetros da Terra

Dois satélites europeus foram lançados para órbita, a partir da Índia, com a missão pioneira de criar eclipses solares artificiais através de um sofisticado voo em formação no espaço.

Quando as operações começarem, em meados do próximo ano, cada eclipse artificial deverá durar seis horas, o que é significativamente mais longo do que os poucos minutos proporcionados por um eclipse natural na Terra. Isto vai permitir um estudo prolongado da coroa solar, ou atmosfera externa do Sol.

A missão Proba-3 é dedicada à demonstração de tecnologias e técnicas de voo em formação de satélites de alta precisão. Consiste em dois pequenos satélites lançados em conjunto que se separarão para voar em tandem, a fim de preparar futuras missões multissatélites que voem como uma estrutura virtual.

Apresentada como uma demonstração tecnológica inédita, a missão envolve dois satélites que, dentro de um mês, 💥️irão separar-se e voar a 150 metros de distância um do outro, alinhando-se com o Sol de forma que um dos dispositivos projete a sua sombra sobre o outro.

De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), a missão exigirá uma precisão extrema, com uma margem de erro de apenas um milímetro, mais ou menos a espessura de uma unha. Para manterem a posição, os satélites irão utilizar GPS, localizadores de estrelas, lasers e ligações de rádio, a voar de forma autónoma.

Cada satélite, em forma de cubo, tem menos de 1,5 metros de largura. O satélite que 💥️projeta a sombra contém um disco que bloqueará o Sol no telescópio instalado no outro. Este disco imitará a Lua num eclipse solar total natural, enquanto o satélite escurecido representará a Terra.

Esta experiência tem uma enorme relevância científica, permitindo ainda testar voos de formação de alta precisão.

Afirmou Dietmar Pilz, diretor de tecnologia e engenharia da ESA.

Estudar a coroa solar

Os 💥️cientistas precisam que a face brilhante do Sol esteja completamente bloqueada para que possam estudar a coroa solar, observando especialmente as áreas próximas à borda do Sol durante esta missão.

Estão particularmente interessados em entender por que razão a coroa é mais quente do que a superfície do Sol e também em aprofundar o estudo das explosões de massa coronal, ou seja, erupções massivas de plasma com campos magnéticos que se propagam pelo espaço.

Essas explosões podem não só causar tempestades geomagnéticas que perturbam redes elétricas e sistemas de comunicação na Terra e em órbita, mas também gerar auroras impressionantes em locais inesperados.

Com uma 💥️órbita elíptica que se estende entre 600 e 60.000 quilómetros de altitude, os satélites levarão quase 20 horas a completar uma volta ao redor do planeta.

Durante seis dessas horas — no ponto mais distante da órbita — estarão a gerar um eclipse. Os primeiros resultados deverão estar disponíveis em março, após a verificação dos dois satélites, segundo a ESA.

A 💥️missão, denominada Proba-3, custou 210 milhões de dólares e deverá criar centenas de eclipses durante os seus dois anos de operação. Após cumprirem a sua missão, ambos os satélites irão gradualmente descer até que sejam destruídos pela atmosfera terrestre, provavelmente dentro de cinco anos.

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