Centenas de famílias processam Big Tech por exporem os jovens a produtos nocivos
Em mais uma ação, centenas de famílias estão a processar as Big Tech por exporem os jovens a produtos nocivos, conscientemente.
Centenas de famílias decidiram enfrentar as Big Tech, num processo que as acusa de, conscientemente, exporem os jovens a produtos nocivos. O nome Big Tech reúne as gigantes tecnológicas que dominam a cena na área da Tecnologia da Informação, referindo-se, comummente, às cinco americanas predominantes: Alphabet (Google), Amazon, Apple, Meta e Microsoft.
Eu literalmente fiquei presa ao vício aos 12 anos. E não recuperei a minha vida durante toda a minha adolescência.
Se me tirassem o telefone, seria como se estivesse em abstinência. Era insuportável. Literalmente, quando digo que era viciante, não quero dizer que era viciante. Quero dizer que o meu corpo e a minha mente ansiavam por isso.
Partilhou, segundo a BBC, Taylor Little.
Agora, com 21 anos, descreve as empresas tecnológicas como "grandes e maus monstros", que puseram à sua disposição imagens gráficas e prejudiciais, desde feridas e cortes até imagens corporais inalcançáveis. Na sua perspetiva, as empresas colocam, de forma consciente, nas mãos dos jovens, produtos altamente viciantes e prejudiciais.
Famílias de jovens unem-se contra as Big Tech
O processo contra a Meta (Facebook e Instagram), o TikTok, a Google e a Snap Inc. (Snapchat), é um dos maiores já conduzidos, em Silicon Valley, e está a ser levado a cabo por famílias comuns e escolas.
Na queixa principal apresentada ao tribunal da Califórnia, surge várias vezes o nome de Molly Russell, de 14 anos, uma vez que as famílias acreditam que o caso dela é um exemplo importante dos potenciais danos.
A jovem suicidou-se, em 2017, depois de, segundo o médico legista que acompanhou a investigação, ter sido influenciada por milhares de imagens e vídeos de automutilação e suicídio nas redes sociais.
Na semana passada, as famílias envolvidas no caso receberam um forte impulso, quando um juiz federal decidiu que as Big Tech não poderiam recorrer à Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos da América, que protege a liberdade de expressão, para bloquear a ação.
O juiz decidiu que a falta de uma verificação "robusta" da idade e os fracos controlos parentais, como argumentam as famílias, não são questões de liberdade de expressão.
Além disso, o juiz também decidiu que o S230 da Communications Decency Act, que afirma que as plataformas não são editores, não dá proteção às empresas.
Os advogados responsáveis pelo processo concentraram-se no design das plataformas e não nas publicações, comentários ou imagens individuais. Eles defendem que as aplicações estão desenhadas para causar dependência e danos nos jovens.
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