Cientistas dizem que o Sol é mais pequeno do que o pensávamos
De facto, com cada vez mais tecnologia a "olhar" para a nossa estrela, os cientistas estão agora convencidos de que o Sol é apenas um bocadinho mais pequeno do que se pensava. Uma nova investigação vem trazer novos dados importantes para o cálculo mais exato do astro-rei.
Uns quilómetros a menos... faz diferença?
Um novo estudo, disponível online enquanto está a ser revisto pelos pares, corrobora trabalhos anteriores que utilizaram ondas sonoras no Sol - essencialmente a sua atividade sísmica - para calcular o seu tamanho, e que também encontraram uma discrepância no raio da estrela em comparação com o modelo solar tradicional.
Agora, ao utilizar um "modo" diferente de ondas sonoras, os investigadores descobriram que o raio do Sol é menor em alguns centésimos de percentagem, ou seja, uma diferença de algumas dezenas de quilómetros, o que pode ter implicações maiores na forma como compreendemos o funcionamento da sua estrutura interna.
As inferências sismológicas dizem coisas relacionadas com as reações nucleares, a composição química e a estrutura básica do Sol.
Disse à New Scientist o coautor do estudo, Douglas Gough, da Universidade de Cambridge.
Embora os cientistas tenham tradicionalmente estimado o tamanho do Sol medindo a sua concha exterior luminosa chamada fotosfera, os métodos mais recentes têm-se voltado para os modos de oscilação da estrela.
À medida que as ondas sonoras se propagam através do interior do Sol, fazem ricochete na fotosfera e fazem oscilar partes da superfície. Os cientistas dividem estas ondas em diferentes "modos", dependendo do que as provoca.
A "fita métrica" agora é outra
As 💥️ondas do modo F foram usadas no passado para estimar o tamanho do Sol, com os resultados a sugerirem que a estrela era ligeiramente menor do que o padrão. Mas havia alguma incerteza em torno destas estimativas, porque, como explicam os investigadores, as ondas de modo f podem não penetrar totalmente na fotosfera e, como tal, são menos fiáveis para medições.
Para uma conclusão mais firme, os 💥️investigadores utilizaram ondas de modo p. Estas são causadas por enormes flutuações de pressão no interior turbulento do Sol e são capazes de atravessar o núcleo com facilidade. O resultado foi um raio "mais ou menos consistente" com as estimativas do modo f, escreveram os investigadores, o que reforça a ideia de um Sol mais pequeno.
Por mais fracionada que seja a diferença - apenas centésimos de um por cento, para reiterar - significa uma diferença potencialmente enorme na estrutura e composição do Sol, onde a precisão absoluta é fundamental.
É possível chegar a conclusões enganadoras sobre os elementos subtis da estrutura interna do Sol.
Explicou William Chaplin, da Universidade de Birmingham, que não esteve envolvido no estudo, à New Scientist.
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