Cientistas intrigados com as 25 novas explosões rápidas de rádio
As explosões rápidas de rádio (FRB) são um fenómeno intrigante e ainda por entender. Antes de mais trata-se de um evento astrofísico de alta energia que se manifesta como um pulso de rádio transitório com duração de apenas alguns milissegundos. Acabámos de descobrir mais sinais do espaço do que nunca. Qual será a razão por trás desta quantidade de "FRB"?
Enigmáticas explosões rápidas de rádio que se desconhece a fonte
Uma explosão rápida de rádio (em inglês: FRB) é um fenómeno astrofísico, conforme foi referido. Estes "sinais de rádio" mostram uma dispersão dependente da frequência consistente com a propagação através de um plasma ionizado. Em apenas um milissegundo, uma única explosão liberta mais energia do que o nosso Sol emite em 80 anos. É de facto um evento incrível do Universo.
Há pouco mais de 15 anos que conhecemos estes sinais e, agora, uma 💥️equipa de astrónomos acaba de anunciar a descoberta de 25 novos sinais FRB, duplicando o número de eventos deste tipo descobertos até à data.
Estes sinais, poderosos, de curta duração, são provenientes de pontos distantes do Universo, (quase sempre) fora dos limites da nossa própria galáxia. Os FRB não são apenas misteriosos devido à sua raridade, mas também devido ao nível de energia que libertam, que pode exceder o brilho das galáxias em que ocorrem.
A equipa de astrónomos conseguiu também associar algumas das 25 explosões detetadas a galáxias específicas, o que deverá ajudar a compreender a origem e a natureza destes enigmáticos sinais de rádio.
FRB: Não há duas sem três
As explosões atingiram-se duas vezes. Embora seja verdade que foram detetadas algumas FRBs repetitivas, a maioria das explosões detetadas até agora foram ocorrências únicas. Como explicam os autores do estudo, as FRBs únicas e repetitivas apresentam características diferentes. Estas diferenças incluem a sua duração e a gama de frequências em que emitem o seu sinal. Acreditam também que podem ter origens diferentes.
Os investigadores conseguiram detetar um grande número destes fenómenos, concentrando-se precisamente nas explosões detetadas até então que apresentavam padrões repetitivos.
Passámos os dados a pente fino para encontrar todas as fontes repetitivas detetadas até à data.
Podemos agora calcular com exatidão a probabilidade de duas ou mais explosões provenientes de locais semelhantes não serem o resultado de uma coincidência. Isto deve ser útil para investigações semelhantes no futuro.
Explicou Ziggy Pleunis, um dos autores do estudo, num comunicado de imprensa.
Os astrónomos utilizaram os radiotelescópios do Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment (CHIME), instrumentos capazes de fazer levantamentos diários do céu do hemisfério norte. A busca por FRBs estendeu-se do final de setembro de 2023 a maio de 2023. Os resultados e os pormenores do trabalho foram recentemente apresentados num artigo publicado no The Astrophysical Journal.
O CHIME é um novo radiotelescópio que não tem partes móveis. Originalmente concebido para mapear o elemento mais abundante no Universo - o hidrogénio - numa boa fração do Universo observável, este telescópio invulgar foi otimizado para ter uma elevada "velocidade de mapeamento", o que requer um grande campo de visão instantâneo (~200 graus quadrados) e uma ampla cobertura de frequências (400-800 MHz). Crédito: CHIME
O novo trabalho deverá ajudar-nos a compreender melhor estes fenómenos ainda envoltos em mistério. Em primeiro lugar, pela informação que nos dá e, em segundo, porque abre caminho à localização de mais explosões e alarga a amostra a investigar. O que são FRBs? Para já, a principal hipótese considerada pela equipa de investigação é que estes fenómenos são causados por estrelas na sua fase final.
As FRBs são provavelmente produzidas pelos restos da morte de estrelas explosivas. Ao estudar as fontes de FRBs recorrentes, podemos estudar os ambientes em que estas explosões ocorrem e compreender melhor estas fases finais da vida de uma estrela.
Também podemos aprender mais sobre o material que é ejetado antes e depois da queda de uma estrela, que é depois devolvido às galáxias em que as FRBs vivem.
Concluiu Pleunis.
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