Como tratar a azia? As explicações de um médico - Fitness e bem-estar Lifestyle

A azia é geralmente provocada pelo refluxo do suco gástrico (ácido clorídrico e enzimas digestivas) para o esófago, sendo o principal sintoma da doença de refluxo gastro-esofágico (DRGE).

Os alimentos que favorecem a azia são os alimentos picantes, alimentos ácidos (citrinos, abacaxi, tomate e derivados), menta, chocolate, cebola, café e chá (ou bebidas com cafeína), bebidas gaseificadas e alcoólicas, bem como refeições pesadas e ricas em gorduras.

O tabaco contribui para o agravamento do refluxo, pois reduz a tonicidade do esfíncter esofágico inferior (válvula que separa o esófago do estômago), e conduz à diminuição da proteção da mucosa que liga o estômago ao esófago, deixando-o mais sensível à irritação causada pelo suco gástrico.

Obesidade

Um paciente obeso costuma ter uma exposição ao ácido gástrico até cinco vezes maior quando comparada a pessoas com peso normal.

A obesidade aumenta a pressão intra-abdominal, forçando a saída do conteúdo gástrico para o esôfago, além de enfraquecer a válvula da junção esófago-gástrica, cuja função é justamente impedir o refluxo. Além disso, a obesidade está habitualmente associada a maus hábitos alimentares, que também agravam a doença.

Gravidez

A azia, é uma das queixas mais comuns durante a gravidez e afeta cerca de 30% a 50% das gestantes. O sintoma tende a piorar conforme a gravidez vai avançando e costuma passar após o parto. A causa do refluxo na gravidez tem basicamente dois fatores, os mecânicos e hormonais. O aumento da pressão abdominal (pelo crescimento intra-uterino do bebé), associada a ação da progesterona, que diminui a pressão do EEI, favorecendo o aparecimento de refluxo.

Quais os sinais de alerta?

Os sinais de alerta são a hemorragia, dificuldade em engolir alimentos ao longo do esófago, perda de peso, anemia.

Tratamento

O tratamento da azia baseia-se, principalmente, em medidas comportamentais, farmacológicas e, em alguns casos, cirúrgicas.

No que se diz respeito ao tratamento não farmacológico, algumas mudanças no estilo de vida devem ser recomendadas:

O tratamento farmacológico, por sua vez, pode ser feito com o uso de Inibidores de Bomba de Protons (família do omeprazol) como primeira escolha. Também podem ser usados antiácidos para alívio dos sintomas.

Em relação ao tratamento cirúrgico, suas principais indicações são em casos de complicações graves  e refratariedade ao tratamento clínico.

Um artigo do médico David Serra, gastrenterelogista e Coordenador do Serviço Gastrenterologia do Grupo Lusíadas.

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