HomeVivabemArticleObesidade e fraqueza muscular aumentam em 85% risco de morte cardíaca VivaBem08/08/202381Obesidade e fraqueza muscular aumentam em 85% risco de morte cardíaca Maria Fernanda Ziegler Da Agência Fapesp 05/08/2023 10h16 "Curiosamente, as pessoas analisadas que tinham apenas gordura abdominal não apresentaram um aumento significativo no risco de morte cardiovascular", acrescenta Alexandre. O estudo foi divulgado na revista ✅Age and Ageing.💥️EntendaUm trabalho anterior, que envolveu 6.173 participantes do ELSA e do Estudo SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), realizado em São Paulo, já havia demonstrado que a obesidade abdominal dinapênica (a combinação de obesidade abdominal e fraqueza muscular) aumentava em 37% o risco de mortalidade geral.Da mesma forma, as pessoas analisadas que tinham apenas gordura abdominal não apresentaram um aumento significativo no risco de mortalidade geral. No entanto, ainda não estava estabelecido naquele momento que a obesidade abdominal dinapênica aumentava também especificamente o risco de mortalidade cardiovascular.Neste novo artigo, os pesquisadores explicam que a obesidade abdominal dinapênica aumenta o risco de morte por doenças cardiovasculares porque a gordura gera uma inflamação crônica.✅Já demonstramos que a gordura abdominal é um fator de risco para a fraqueza muscular. Isso porque a gordura prejudica o músculo. Mas ainda não sabemos o que vem antes: a obesidade ou a fraqueza. De qualquer forma, são componentes sinérgicos, pois geram mioesteatose, que é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura dentro da musculatura esquelética. E essa condição amplifica a inflamação, prejudicando o metabolismo do indivíduo e aumentando o risco de doença cardiovascular. 💥️Tiago da Silva Alexandre, autor do estudo. 💥️Qual a relação entre obesidade e fraqueza muscular?Basicamente, a obesidade mantém o sistema imunológico constantemente em alerta, ativando células de defesa como os macrófagos, mastócitos e linfócitos T.Como resultado, pode ocorrer uma inflamação crônica moderada conhecida como metainflamação, que acarreta resistência à insulina, inibição da síntese proteica e aumento do catabolismo muscular - quando o corpo passa a obter energia a partir das próprias fibras musculares.Já a dinapenia e a obesidade abdominal dinapênica podem resultar em maior disfunção da mitocôndria - organela responsável por fornecer energia às células -, bem como o aumento do estresse oxidativo, prejudicando o endotélio vascular e as células do músculo cardíaco responsáveis pelo permanente fluxo sanguíneo (cardiomiócitos), o que pode levar à aterosclerose e outras doenças cardíacas."Todos esses fatores prejudicam o metabolismo e aumentam o risco de incidência de doenças cardiovasculares e, por consequência, o risco de morte por essas doenças", explica Paula Camila Ramírez, autora do artigo que é fruto de seu trabalho de doutorado.No estudo, o diagnóstico de obesidade abdominal dinapênica foi feito com base na circunferência de cintura maior que 102 centímetros para homens e maior que 88 centímetros para mulheres.Já a fraqueza muscular (dinapenia) foi medida usando como referência a força da mão - menor que 26 quilos para homens e menor que 16 quilos para mulheres -, que é medida por um aparelho chamado dinamômetro.💥️Paradoxo da obesidadeNo estudo, os pesquisadores surpreendentemente não encontraram aumento significativo de risco por morte cardiovascular para os indivíduos que apresentavam apenas obesidade abdominal (e não tinham fraqueza muscular). Os resultados do estudo contribuem para um conceito que vem sendo abordado por especialistas que se chama "paradoxo da obesidade"."Sabe-se, e os nossos números comprovam isso, que pessoas obesas têm maior risco de apresentar doenças cardiovasculares e menor risco de morrer por isso. Isso configura o que a literatura tem chamado de 'paradoxo da obesidade', algo ainda controverso, mas com explicações bem plausíveis para o nosso achado", explica Ramírez."Uma das explicações está [na hipótese de] a gordura servir como uma reserva energética muito útil para o paciente com doenças cardíacas. Outro fator é que as pessoas obesas que preservam o músculo, ou seja, que ainda têm massa muscular, têm o metabolismo menos afetado do que as que perdem músculo e força"."O nosso achado coloca mais um tijolinho na construção do paradoxo da obesidade. Mostramos que a questão não é só a quantidade de gordura, mas sim a quantidade de gordura e a condição desse músculo ser capaz de gerar força. Pois, quando está com gordura infiltrada [mioesteatose], ele já enfraqueceu e isso gera uma tempestade perfeita para o aumento de risco de morte cardiovascular", afirma Alexandre.Além de apontar para os maiores fatores de risco para morte por doença cardiovascular, o estudo também serve de alerta. "A obesidade abdominal dinapênica é uma condição completamente reversível que pode ser tratada com treinamento aeróbio, exercício de ganho de força muscular e alimentação adequada", diz Alexandre.O artigo ✅Is dynapenic abdominal obesity a risk factor for cardiovascular mortality? A competing risk analysis pode ser lido em: https://academic.oup.com/ageing/article/52/1/afac301/6966518?login=false. O que você está lendo é [Obesidade e fraqueza muscular aumentam em 85% risco de morte cardíaca VivaBem].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.Links
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