Quando o tesão louco vira vício em sexo? Diferenciar não é tão simples

O que diferencia aqueles que gostam muito de transar dos que sofrem de uma compulsão? - iStock

De Universa

Seria mais fácil, mas a resposta não tem a ver com números. Não é possível diagnosticar alguém como compulsivo com base na quantidade de vezes que tem relações sexuais ou se masturba durante o dia, por exemplo.

Os critérios são subjetivos e variam de acordo com a personalidade, o estilo de vida e o contexto em que cada um está inserido.

Ninfomania: um termo antigo

Primeiramente, é importante lembrar que as palavras passaram por uma revisão. O termo ninfomania não é mais usado no meio médico, assim como o termo "satirismo", que seria o equivalente à compulsão sexual masculina.

Isso ocorre porque, hoje em dia, entende-se que não existe diferença entre homens e mulheres. O correto é se referir ao transtorno como desejo hiperativo ou compulsão sexual, que abrange ambos os sexos.

Principais características

Quem sofre com o problema comete excessos com relação às práticas sexuais. Por exemplo: a pessoa sente necessidade de se masturbar em lugares inoportunos e quase nunca se sente satisfeita depois de uma relação sexual.

Além disso, de forma descontrolada, pode se colocar em situações de risco, como ter relações com múltiplos parceiros, procurar profissionais do sexo e dispensar o uso preservativo, o que a deixa vulnerável para contrair doenças. Consumir pornografia em excesso também pode ser um problema.

O limite quem define é você

Então basta preencher os critérios acima para se encaixar na categoria de compulsivo? Nem sempre. Os parâmetros não são exatos e é preciso cuidado para não transformar um comportamento normal em patologia.

O assunto ainda é alvo de debate no meio psiquiátrico: nem todas as perguntas são fáceis de responder. O que é um lugar inoportuno, por exemplo?

Para especialistas, o comportamento só pode ser considerado anormal se estiver trazendo sofrimento ou prejuízos para a pessoa.

Se ela não consegue estabelecer relações afetivas pela necessidade de trocar constantemente de parceiros, se não consegue se concentrar no trabalho ou se já chegou a se machucar pelo excesso de masturbação, por exemplo, o indicado é que procure ajuda de um profissional.

Há ainda a possibilidade de a pessoa estar sofrendo de mais de um problema ao mesmo tempo, como vício em álcool ou drogas e desordens como transtorno bipolar.

O tratamento varia de acordo com diagnóstico, mas geralmente é feito com medicamentos que ajudam a controlar os impulsos e psicoterapia.

Libido alta não é coisa de homem

Outro ponto a se destacar é que libido alta não é coisa de homem. Há a ideia equivocada de que a mulher é mais recatada e o homem tem características opostas: é mais interessado em sexo e conquistador. Mas isso não corresponde à realidade.

Por questões sociais, pode ser mais difícil para elas admitir o desejo alto, mas ele também pode existir. A libido feminina ainda é cerceada, mas nada impede uma mulher de ter mais desejo sexual do que um homem, por exemplo.

E, a menos que isso esteja gerando problemas na rotina ou nas emoções, não deveria ser motivo de preocupação.

Fontes: Bruno Coelho, psiquiatra, e Fernando Calderan, psiquiatra.

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