Prêmio Inspiradoras: Aline Silva é uma das finalistas
de Universa, em São Paulo
O projeto começou a funcionar em Cubatão, com duas turmas: uma para meninas entre 6 e 10 anos; outra, de 11 a 15. Ao todo, eram 32 inscritas. Hoje, a Mempodera atende entre 150 e 180 crianças por mês. A ONG também atua em São Luís, por meio de uma parceria com o Instituto Formação, que atua na área de educação.
Além do trabalho dentro das escolas, a ONG mantém o programa Combate à Pobreza Menstrual desde 2023. "Não é só uma questão de distribuição de absorvente. Precisamos falar sobre informação e acesso à rede de saúde", afirma Aline Silva.
Prêmio Inspiradoras | Categoria: Equidade de Gênero
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Total de 290 votos 12,76% 10,34% 76,90% Votar Ver resultado parcial Votar de novo290 votosTransformação pelo esporte
💥️A vulnerabilidade social levou Aline a uma situação limite ainda na infância. Aos 11 anos, entrou em coma alcoólico. Foi encontrada no meio da rua, perto da casa onde morava, na zona sul de São Paulo. "Ficava muito tempo na rua, aprendendo a fazer o que não se deve", conta.
Depois do susto, a mãe decidiu mudar Aline para uma escola com atividades no contraturno, como o judô. Depois veio o wrestling. Graças ao esporte, ela viajou o mundo.
Aline conta que a ideia do Mempodera surgiu quando refletiu sobre a vida. Ela se sentiu "quase um milagre" ao pensar na menina de 11 que quase morreu na rua e, depois, ganhou medalhas e competiu em duas Olimpíadas. "Vi que dava para repetir a experiência na vida de outras pessoas", diz.
Ao idealizar o projeto, considerou não apenas o incentivo ao esporte, mas o combate a fatores que impedem meninas de prosperarem nele, como baixa mobilidade social, abuso sexual, assédio e pobreza menstrual.
✅Se, todos os meses, meninas e mulheres perderem dias de produtividade por estarem menstruadas, qual chance estamos dando a elas? 💥️Aline
Prêmio Inspiradoras: Aline Silva é finalista na categoria Equidade de Gênero
Superar as dores do abandono paterno, da sexualização exagerada e precoce e os altos e baixos da carreira de atleta, além dos assédios, fez Aline entender a importância de dar segurança e apoio para as meninas.
"Quero ter o direito de ser como quiser", afirma. "Equidade de gênero é não colocar pessoas em caixas."
Segunda família
Estudante da Escola Pública Municipal Martim Afonso de Souza, em Cubatão, Mikaelly quis entrar para o Mempodera tão logo soube do projeto, aos 14 anos. "Aline conversou com o diretor da escola sobre a iniciativa. Ele topou ceder o espaço, desde que nada fosse cobrado dos alunos. Depois, ela passou de sala em sala entregando folhetos sobre o projeto. Como sempre gostei de esporte, quis entrar", conta.
💥️Fora do projeto, Mikaelly diz que tinha um comportamento agressivo com outras meninas. "Era brava, estava sempre batendo nos outros", lembra. Assim que começou a treinar wrestling, parou de brigar. "Aprendi que quem luta não bate."
Para ela, o aprendizado mais importante foi o trabalho em equipe. Fez amizades com meninas de outras classes com quem costumava se estranhar. Devido à ajuda das colegas, conseguiu continuar participando das aulas. "Era uma época difícil. Meus irmãos eram pequenos e eu tinha que cuidar deles. Mas os levava para o projeto e as meninas se revezavam para me ajudar".
💥️O Mempodera também mudou o comportamento de Mikaelly dentro de casa. "Não gostava de fazer nada, mas comecei a assumir mais responsabilidades". A jovem diz que nem sabe onde estaria se não tivesse começado a lutar. "As pessoas do projeto são minha segunda família."
Atualmente, Mikaelly é uma das monitoras do Mempodera e percebe a importância da iniciativa para as meninas de sua comunidade. "Aline nos fortalece, nos aconselha. Havia assuntos de que não falávamos com nossos pais, mas sempre pudemos tratar com ela."
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