Saul Klein é condenado em R$ 30 mi por escravidão sexual
Camila Brandalise, O advogado Álan Richard de Carvalho Bettini, que defendia Saul Klein na esfera trabalhista e atuava no processo do MPT, foi procurado e disse não ter mais o empresário como cliente. A nova defesa não foi localizada pela reportagem. Assim que houver manifestação, este texto será atualizado. Na sentença, a Justiça reconhece que ficou comprovado, para fins trabalhistas, "que o réu mantinha diversas mulheres em condição análoga a de escrava, contratadas para trabalhos sexuais em seu favor". A decisão também fala que ele montou um esquema para "satisfazer seus desejos pessoais" e, com isso, "feriu aspectos íntimos da dignidade da pessoa humana, causou transtornos irreparáveis nas vítimas e mudou definitivamente o curso da vida de cada uma delas". Ainda aponta que "o empresário se valia de uma grande estrutura para a prática dos ilícitos, detentor de grande influência e poder econômico, o que leva a crer que pode vir a praticar novamente tais atos. Além do valor de R$ 30 milhões, Klein fica proibido de praticar tráfico de pessoas, especialmente de mulheres e adolescentes—o que inclui "agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar, acolher". A decisão não é da área criminal, por isso, mesmo que seja reconhecido um crime, não há condenação com pena de prisão. Foi colocada ainda outra multa, de R$ 100 mil, caso ele descumpra as determinações da Justiça. Por fim, a decisão pede que sejam enviados ofícios ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo e ao Ministério Público do Estado, para apurarem se os médicos que realizaram os atendimentos às vítimas, segundo o relato delas, cometeram alguma infração ética, legal ou referente à saúde pública. A indenização de R$ 30 milhões não será revertida às vítimas, mas sim para três instituições sem fins lucrativos, seguindo as normas da legislação trabalhista do país. O Ministério Público do Trabalho teve conhecimento do projeto Justiceiras, que colheu os primeiros depoimentos e deu o encaminhamento inicial do caso, e por notícias veiculadas na imprensa, que são citadas no processo e incluem reportagens publicadas por 💥️Universa. Cinco das jovens abriram os detalhes sobre os abusos que sofreram em depoimento exclusivo para o documentário "Saul Klein e o Império do Abuso", produzido por Universa e Mov.doc, lançado em 2022. Ver mais Ver menos Saul Klein é investigado pela polícia desde setembro de 2023 pelos crimes de organização criminosa, trabalho análogo à escravidão, tráfico de pessoas, estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição, favorecimento à prostituição e falsificação de documento público. O processo envolve 14 jovens, que fizeram as primeiras denúncias em setembro de 2023 à então promotora de justiça Gabriela Manssur e foram encaminhadas ao projeto Justiceiras, idealizado por ela, sob liderança jurídica da advogada Luciana Terra Villar. As vítimas passaram por acolhimento psicológico e orientação jurídica, e as acusações foram levadas à Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri. Após 18 meses de investigação e três trocas de delegados, a polícia finalizou o inquérito pedindo indiciamento e prisão de Saul Klein em 29 de abril de 2022. A Justiça, no entanto, rejeitou o pedido em 19 de maio, argumentando que ainda há dúvidas a serem esclarecidas A investigação foi retomada e ainda não há previsão de conclusão. Enquanto isso, o Ministério Público do Trabalho decidiu entrar com uma ação civil pública contra Saul Klein em outubro de 2022, por tráfico e escravidão sexual. 💥️Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro": Em "Xuxa: o Documentário", da Globoplay, e em entrevistas para comemorar seus 60 anos, Xuxa tem revelado detalhes sobre a relação nociva com sua ex-empresária, Marlene Mattos. Cris Guterres, colunista de Universa e apresentadora da TV Cultura, ressaltou a importância de ficarmos alerta porque o abuso pode acontecer em qualquer relação, seja com amigas, entre mãe e filha e no trabalho. "Não se limita a relacionamentos amorosos", lembrou. A apresentadora Astrid Fontenelle contou que começou a sentir os sintomas da menopausa aos 44 anos, mas decidiu não sofrer e procurou ajuda. "A idade ideal para começarmos a pensar na menopausa é aos 35 anos. É importante ter acompanhamento médico nessa idade, praticar atividade física e ter uma boa alimentação", diz Cris Guterres. O aplicativo de relacionamentos Inner Circle revelou que 70% dos brasileiros acham que as pessoas são mais propensas a começar um relacionamento no inverno porque se sentem mais solitárias nos meses mais frios, e 42% admitiram sentir mais vontade de ter um relacionamento no inverno. Assista ao 💥️Sem Filtro ✅Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h. ✅Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal. Veja a íntegra do programa:Multa de R$ 100 mil por descumprimento
Reportagens de Universa foram usadas em denúncia do MPT
O publica informações sobre o caso desde dezembro de 2023. Como já noticiado por Universa, as acusações foram feitas por 14 garotas que alegam ter sofrido por diversos tipos de abusos e crimes sexuais, inclusive aliciamento.Relembre o caso
Xuxa: 'Marlene queria que eu morresse cedo'. Como reconhecer mulher abusiva?
Astrid Fontenelle fala de menopausa: 'Tive poucos fogachos'
Brasileiros tendem a começar relacionamento no inverno
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