Por que a maioria das brasileiras para de transar depois dos 45 anos
Por que a maioria das brasileiras para de transar depois dos 45 anos
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Ana Canosa
Mas por que algumas sofrem menos do que outras se estamos todas na barriga do U? Por que algumas abandonam o sexo e outras correm atrás de tratamentos para manter uma vida sexual ativa? Porque quanto menos recursos para enfrentar o sofrimento da vida adulta, sejam materiais, financeiros ou emocionais, mais o sexo deixará de ter importância. As mulheres de classes sociais menos favorecidas são as que mais sofrem. Encontrar espaço para o prazer quando se tem que cuidar de pais idosos, ao mesmo tempo que dos filhos, quando o dinheiro é escasso, quando o trabalho consome a maior parte do seu tempo é muito desafiador. Qualquer escolha que se faça nessa fase tem um peso enorme, pois não dá para fantasiar que na segunda metade da vida a fada madrinha venha te ajudar. A gente já sabe como a vida é, já sofreu desilusões, tropeços, já compreende as pressões sociais e econômicas, já está tentando controlar ansiedade, depressão e insônia. Mais um estudo, agora britânico, descobriu que o estresse da vida moderna afeta mais as mulheres na meia idade do que os efeitos bio e fisiológicos da menopausa. O desafio de conciliar família, vida social e trabalho, desgasta, sobrando pouco tempo e energia para que se desfrute de uma vida sexual regular e satisfatória. Certamente os homens passam pelos mesmos desafios, com a diferença de que a testosterona e as permissões sociais para o prazer, em detrimento do dever feminino com o cuidado, os impulsione a continuar desejantes. Não à toa que muitos, nessa faixa etária, se envolvem com mulheres 20 anos mais jovens, que estão mais esperançosas, disponíveis afetivamente e sexualmente, bem-humoradas e com mais tempo livre para preencher o vazio existencial deles. Talvez seja esse um caminho que as mulheres deveriam trilhar também, a fim de usufruir as benesses do sopro da juventude alheia. Precisamos, como sociedade, olhar para essa realidade com cuidado. Não bastam só os tratamentos para melhora da resposta sexual, é importante repensar a carga de trabalho, as redes de apoio, o acesso a lazer, cultura e informação. Fica aqui, também, meu convite às pessoas para que desenvolvam melhor a capacidade de serem empáticas e treinem a amorosidade dentro da relação. Intimidade é a chave para a manutenção de uma vida sexual satisfatória, e a gente só desenvolve isso com quem sabe acolher as nossas vulnerabilidades Assista ao "Sem Filtro" especial sobre a pesquisa "Prazeres Universa + Tech4Sex"
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