Camgirl há 20 anos, ela ensina mulheres a se empoderarem
Simone Machado Colaboração para Universa, em São José do Rio Preto (SP) "Só existiam sites internacionais e quando se criou um brasileiro, ele era super hardcore, muito pobre de conteúdo e extremamente abusivo por expor as meninas como objetos de pouco valor", conta ela. Naquela época, pouco se falava sobre o camming e as dificuldades enfrentadas pelas meninas que se aventuravam nesse universo. Janaína teve que aprender sozinha que a vida em frente às câmeras e também por trás delas não era fácil e o jogo de cintura seria sua maior arma - ainda que fosse demorar para conseguir entender isso e passar a ter o domínio total de suas ações. "Com o tempo, entendi que não bastava expor o corpo em frente a uma câmera. Com meninas que se expõem demais, os clientes entram apenas para se masturbar e gastam pouco. Já quando você cria um perfil atraente, discreto e com fotos glamorosas o comportamento dos homens mudam e eles passam a ficar mais tempo nesses perfis", explica. O pagamento é feito por minuto, por isso, a maioria dos atendimentos tem curta duração. O cronômetro, muitas vezes, fica visível na conversa. Numa indústria em que sucesso e, consequentemente, o retorno financeiro exigem consistência e acesso, o desgaste emocional das mulheres muitas vezes é deixado de lado fazendo com que muitas apresentem transtornos como burnout, crises de ansiedade e até mesmo depressão. Janaina explica que quanto mais a camgirl se move, mais chance tem de chamar a atenção de clientes e fidelizá-los. No entanto, esse trabalho de estar sempre em movimento, criando conteúdos eróticos, pode se tornar exaustivo e até mesmo abusivo quando esses homens começam a tratar as camgirl como um objeto sexual com o dever de garantir a felicidade deles em troca de dinheiro. "Muitos clientes fazem comentários extremamente pesados e permanecem poucos minutos ali conectados, até atingir o prazer apenas, e o retorno financeiro para a camgirl é baixíssimo", conta Janaina. "Essa situação pesa muito na cabeça da mulher que está ali trabalhando e muitas vezes o dinheiro não dá para pagar suas contas." Para muitas camgirls conseguir encontrar o limite entre ganhar dinheiro e se sentir feliz sensualizando à frente da câmera pode ser uma tarefa difícil e até mesmo dolorosa.Desgaste emocional
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