Luana Davico: conheça a história da delegada que defende as mulheres
Uma história de reprovação
"Ao contrário da maioria das pessoas que entra na carreira policial, eu nunca imaginei isso. Como mulher, feminina, delicada que sou, seguia pelo estereótipo de um policial sempre muito masculinizado e não me via nesse lugar.
Morava no interior, em Inhumas (GO), e tinha pai professor que me ensinou que só eu poderia alcançar meu próprio sucesso.
Mas eu ainda estava inserida em um meio em que existia a ideia de que o que faz uma mulher bem-sucedida não é a profissão dela, mas o relacionamento em que ela está.
Via mulheres inteligentíssimas e maravilhosas, mas que resolveram abrir mão de todo o potencial de carreira por um casamento — por escolha delas, e eu respeito isso. Na época, eu era noiva e caminhava no mesmo sentido.
Quando decidi estudar [para me tornar delegada], rompi com isso.
Trabalhava no Ministério Público e nas horas que sobravam, eu estudava. Queria alcançar lugares altos, novos na minha vida e ter uma independência financeira.
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Também falo sobre a defesa dos direitos das mulheres e é incrível como as pessoas querem ouvir isso. Não apenas quem quer seguir carreira na polícia, mas mulheres que querem entender os próprios direitos.
Sempre abro minhas caixinhas para tirar dúvidas e já ajudei mulher em situação de violência. Consegui dar o suporte para ela procurar a delegacia.
✅As pessoas não conseguem compreender o que é a Lei Maria da Penha. Meu papel é tornar a lei mais acessível. As mulheres não estão desamparadas
Quem vê pensa que eu sempre fui uma pessoa desconstruída, muito feminista, defensora das mulheres — mas nem sempre foi assim. Isso tudo foi um processo que aprendi na pele, inclusive as dores de outras mulheres.
Hoje, sou exatamente o que eu queria encontrar quando eu estudava. Estou em um lugar que também pode ser ocupado por qualquer uma. Que as mulheres venham para a polícia também.
O Brasil é um dos países mais inseguros para a mulher viver e ainda carregamos as cicatrizes de dogmas em relação à mulher. Isso precisa ser quebrado."
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Em caso de violência contra a mulher, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
É possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos. Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
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