Governo anuncia quase R$ 1 bi em políticas para mulher

No 8 de março, o presidente Lula (PT), acompanhado de ministras e presidentas dos bancos públicos, anunciou uma série de medidas concretas em prol da vida das mulheres, entre elas a apresentação de um projeto de lei pela obrigatoriedade do salário igual entre homens e mulheres, a distribuição gratuita de absorventes menstruais pelo SUS e a concessão de licença maternidade remunerada para atletas.

Também foi criado o Dia Nacional Marielle Franco, a ser celebrado em todo 14 de março em memória de Marielle e como forma de combate à violência política de gênero. Foi anunciada a retomada da construção de quase 2.000 creches, a criação da Política Nacional de Inclusão, Permanência e Ascensão de Meninas e Mulheres na Ciência, Tecnologia e Inovação com R$ 100 milhões de reais para o CNPq, entre outras.

Como já tenho escrito desde o início dessa coluna, não há como avançarmos na igualdade entre homens e mulheres de forma individual ou apenas privada. É necessário que o governo, em todas as suas esferas, promova política públicas com orçamentos robustos, pois apenas essas medidas têm a capacidade de alcançar milhões de pessoas ao mesmo tempo e de consolidar políticas de Estado que podem ter grande influência na cultura social.

Entre as ações anunciadas ontem pelo governo, a retomada da construção das creches é uma que certamente será muito bem-vinda pelas trabalhadoras que se percebem sem condições de permanência em empregos ou atividades remuneradas porque não têm onde deixar suas crianças. O impacto dessa política certamente será mais rápido se aliado à geração de emprego para mães.

Cres noturnas e aos finais de semana também são bem-vindas, porque mães também têm direito ao lazer, mas nada sobre isso foi anunciado ainda.

Outra política inovadora e central é a voltada para áreas de ciência e tecnologia, dominadas por homens brancos. Ter mais mulheres na tecnologia é essencial para termos ferramentas que inovem pela equidade e não pelo aprofundamento dos nossos problemas históricos.

Ainda lidaremos, óbvio, com a consequências dos seis anos terríveis para mulheres; são frutos do descaso dos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) os dados estarrecedores de violência contra as mulheres que foram divulgados nos últimos dias, especialmente pela pesquisa Visível e Invisível do Fórum Brasileiro de Segurança Públicas. Entretanto, é certamente mais reconfortante contarmos com quase R$ 1 bilhão de reais de orçamento para consertamos o estrago danado feito, principalmente, por Bolsonaro e pela ex-ministra Damares Alves.

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