“Com a tecnologia de realidade aumentada os cirurgiões de cancro da mama podem ter superpoderes e ver por d

Pedro Gouveia e a sua equipa estão a desenvolver no Centro Champalimaud tecnologias imersivas combinadas com Inteligência Artificial para o tratamento de cancro da mama. O cirurgião acredita que há uma ligação virtuosa entre a inovação e investigação e quer criar um dispositivo médico para reduzir as mastectomias e conseguir melhores resultados nas cirurgias. “Com a tecnologia de realidade aumentada os cirurgiões de cancro da mama podem ter superpoderes e ver por dentro do corpo”

💥️O foco de investigação do cirurgião Pedro Gouveia junta a cirurgia do cancro da mama e a utilização de tecnologia na saúde, em especial realidade aumentada e virtual. Esta é uma área onde tem investido nos últimos anos, contando com vários projetos desenvolvidos a partir da Fundação Champalimaud, onde está desde 2013. Em janeiro de 2023 fez a primeira cirurgia com recurso a óculos de realidade aumentada no bloco operatório da Unidade de Mama, com apoio remoto por 5G e o projeto evoluiu com o financiamento do PRR ao “MetaBreast - Metaverse for Breast Cancer Surgery” e a criação do Digital Surgery Lab e da Immersive Surgical Arena, que deverá estar operacional até ao final do ano.

Na base está💥️ a convicção de que através de ferramentas tecnológicas e soluções de realidade imersiva é possível dar mais informação aos médicos para cirurgias bem sucedidas, mas também mais qualidade de vida aos pacientes e intervenção sobre o seu tratamento.

Na Unidade de Mama da Fundação há vários projetos de investigação em curso, entre os quais o projeto do consórcio Cinderela. “💥️O cancro da mama é a forma de cancro mais frequente em todo o mundo, mas passados 10 anos mais de 80% das doentes sobreviveram ao cancro e isso quer dizer que vão viver muito tempo após os tratamentos, com as consequências, incluindo cicatrizes ou defeitos de volume, o que perturba a auto estima e a qualidade de vida”, explica Pedro Gouveia ao ysoke TEK. A possibilidade de que a doente, antes do tratamento, possa ter uma palavra a dizer sobre o resultado estético da sua cirurgia dá escolha à mulher e ajuda o médico a tomar decisões no seu planeamento.

💥️No Digital Surgery Lab, que também é conhecida como a sala do metaverso médico, a equipa de Pedro Gouveia está a desenvolver tecnologia que vai permitir aos cirurgiões usar realidade aumentada durante a cirurgia. “Com a tecnologia de realidade aumentada os cirurgiões de cancro da mama podem ter superpoderes e ver por dentro do corpo”, justifica Pedro Gouveia, que defende a utilização das várias áreas do conhecimento, numa visão multidisciplinar que é potenciada pela Fundação e o cruzamento das várias áreas, de engenharia, biomédica e até de computação gráfica.

💥️Veja as imagens 

Apesar do protagonismo que acaba por ser incontornável pelo trabalho que tem feito, 💥️Pedro Gouveia não se poupa a dar os créditos a todos os elementos da sua equipa do MetaBreast e a parceiros de outras iniciativas em que está envolvido, e a defender uma ligação mais estreita entre a investigação académica e a inovação e criação de produtos que possam ser usados no terreno.

Realidade Imersiva, Inteligência Artificial e Computer Vision estão a transformar a cirurgia do cancro de mama na Fundação Champalimaud

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Esse é um dos méritos que aponta à Fundação Champalimaud, com um tipo de organização que não existe muito em Portugal. 💥️A partir do projeto de aplicação de realidade aumentada à cirurgia do cancro da mama está a ser criado um spinoff para a inovação, a Heka Vision, que pode materializar o resultado da investigação.

Embora esse seja também um dos focos dos investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência, tornam-se difíceis de aplicar na área da saúde pelas exigências de certificação dos ensaios clínicos. 💥️“Na saúde é difícil produtizar no espaço de 3 anos”, salienta.

Com a Heka Vision, que foi selecionada para um programa de deep training do Horizon Europa, 💥️o objetivo é desenvolver formação, metodologia e um roadmap para levar os produtos ao mercado, até porque a equipa acredita que a investigação pode revolucionar a cirurgia do cancro da mama e depois ser aplicada noutras áreas da cirurgia.

💥️Realidade aumentada também na formação

Para além do trabalho na Unidade de Mama na Fundação Champalimaud, 💥️Pedro Gouveia desenvolveu também este ano um piloto na Faculdade de Medicina para formação dos alunos, usando o software da InciteVR e os óculos HoloLens da Microsoft. O primeiro teste foi com um grupo de 8 alunos e contou com o apoio da Altice Portugal, que ofereceu os óculos e o software, e mais tarde foi alargado a mais 80 alunos da mesma Faculdade.

💥️É um caso de uso específico, vocacionado para a formação pré graduada e que permite alavancar três grandes objetivos, o aumento da retenção do conhecimento, o aumento da razoabilidade clínica e o maior prazer na obtenção de conhecimentos, num ecossistema livre de risco para o doente.

“Precocemente podem ter contacto com um ambiente cirúrgico que normalmente não têm, não precisam de ler um livro, o programa dá-lhes as instruções e os passos, passo a passo para executar uma tarefa cirúrgica ou de anestesia”, detalha o cirurgião.

“💥️É um complemento, não substitui o processo standard, mas possibilita aos alunos, em larga escala, o contacto através das tecnologias”, justifica Pedro Gouveia. “Acredito que podemos reduzir o tempo de formação com esta tecnologia que coloca os futuros médicos num cenário simulado e imersivo”, defende.

💥️Veja o vídeo do funcionamento do InciteVR

Nota da Redação : foi adicionada informação relativa ao piloto na Faculdade de Medicina

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